Delegados cobram participação em plano anticorrupção
Em meio à crise que assola a Petrobras, os delegados da Polícia Federal, protagonistas das grandes investigações contra desvios e malfeitos na administração pública, querem ser ouvidos pelo governo na preparação de medidas de combate à corrupção e à impunidade. Eles alegam que "é inviável se discutir um plano nacional de combate à corrupção sem que isso passe pelo aprimoramento das instituições responsáveis pelo combate à criminalidade, como a Polícia Federal".
"Pelo que foi noticiado até agora, não há nenhuma medida específica para a Polícia Federal em estudo", questionam os delegados, em nota divulgada pela entidade de classe, a Associação Nacional dos Delegados da PF.
O Palácio do Planalto anunciou que nos próximos dias será apresentada uma série de medidas para coibir desvios na administração pública. Os delegados assinalam que desde fevereiro têm buscado colaborar com os debates sobre o tema.
A direção da Associação dos Delegados da PF assinala que já pediu, "por diversas vezes", uma audiência formal com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para apresentar propostas para o fortalecimento da Polícia Federal. "Até agora nenhuma resposta foi dada."
"Considerando que estão sendo estudadas ações e projetos legislativos entre os poderes da República e o Congresso Nacional, e aproveitando o ensejo apresentado pela sociedade nas diversas manifestações pelo País, a Associação quer apresentar propostas que tornem a Polícia Federal mais autônoma, forte e atuante", declarou o presidente da entidade, delegado Marcos Leôncio Ribeiro.
Segundo o delegado, "pelo que foi noticiado até agora não há nenhuma medida específica para a Polícia Federal em estudo".
Os delegados dizem que esperam que o governo inicie um processo de interlocução com as entidades que "tenham interesse em colaborar com a construção do novo Pacto Nacional de Combate à Corrupção, cujo lançamento deve contemplar o fortalecimento da Polícia Federal".