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Chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol usou o Twitter para afirmar que seu alinhamento é pela causa de anticorrupção e não de direita ou de esquerda. A ponderação do procurador foi em resposta as afirmativas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e do filósofo Olavo de Carvalho, que apontaram, nesse domingo (25), que Deltan era de esquerda

Ao refutar o que foi dito pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, Dallagnol disse que a postura é sinal de que ele trabalhou sem viés político. 

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“Quando se é acusado ao mesmo tempo de ser de direita e de esquerda, isso só mostra uma coisa: que nosso trabalho foi feito com a isenção que era necessária e não tem - nem nunca teve - viés político-partidário. Minha identificação é com a causa anticorrupção, que é suprapartidária”, declarou o chefe da força-tarefa da Lava Jato.

Nesse domingo, Eduardo compartilhou um vídeo em que, segundo ele, ficam claras ligações do procurador com ONGs e grupos de esquerda. O vídeo tem Olavo de Carvalho endossando a afirmação. 

Um dia depois de anunciar a data para o pagamento do 13º salário dos servidores, o governador Paulo Câmara assinou, nesta sexta-feira (7), um pacote de ações visando regulamentar aspectos da Lei Estadual Anticorrupção [nº 16.309/2018]. De acordo com o pessebista, a iniciativa é fundamental para combater práticas ilícitas contra a administração pública, bem como promover um maior controle social e ético. 

A assinatura aconteceu aproveitando o Dia Internacional Contra a Corrupção, celebrado neste domingo (9). O governador explicou que, ao todo, foram assinados cinco decretos de modo a combater às más práticas. “É uma modernização da nossa legislação, que vai ao encontro do que nós queremos, que é fomentar servidores cada vez mais engajados, trabalhando e oferecendo melhores serviços públicos, com ética e integridade. O Governo do Estado é incansável nessas ações. Isso é primordial para servir bem a população”, explicou.   

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Os decretos dispõem em especial sobre a atuação e a conduta dos agentes públicos sendo: Código de Ética dos Agentes Públicos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual (Nº 46852/2018); Sistema de Gestão de Ética dos Agentes Públicos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual (Nº 46853/2018); Código de Conduta da Alta Administração do Poder Executivo Estadual (Nº 46854/2018); Política de Governança da Administração Pública Estadual Direta, Autárquica e Fundacional (Nº 46855/2018); e Critérios de Avaliação do Programa de Integridade no âmbito do Poder Executivo Estadual (Nº 46856/2018). 

Durante diplomação dos políticos pernambucanos vitoriosos, que aconteceu nessa quinta (6), no Classic Hall, o governador chegou a dizer que o objetivo de mais um mandato é buscar manter “Pernambuco na frente”. “Essa é a nossa missão essencial de ajudar a população e buscar manter Pernambuco na frente, Pernambuco equilibrado, Pernambuco que pode manter as suas contas em dias”, ressaltou após o evento. 

Em entrevista concedida ao Estado de S. Paulo, a atriz Susana Vieira falou sobre diversos temas, inclusive o cenário político brasileiro. Ela contou que está a procura de um partido para apoiar. “Estou num grupo da Paula Lavigne com mais de 100 mil pessoas, estamos procurando. Tá difícil, mas não vamos deixar essa gentalha ficar. Se ficar, vamos à luta, vamos à peça”, declarou. 

Suzana recordou que votou “milhões de anos” no PT, mas desta vez deixou claro: “Não sou petista. É ótimo que fique claro. A gente quer um país, entendeu? A gente quer um país independente disso. É óbvio que eu votei no PT milhões de anos, tanto que quando eu conheci o Lula, ele falou: “Levei 30 anos para conhecer minha atriz favorita.” E eu respondi: “E eu levei 30 anos votando no senhor, hein, finalmente”. 

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A atriz global chegou a dizer que Lula era seu ídolo e que considerava o ex-presidente “uma pessoa inteligentíssima“, mas ao ser questionada afirmou que não acreditava na inocência dele. “Não. Não pode ser. Ele era meu ídolo porque era uma pessoa inteligentíssima, brilhante e era anticorrupção. No momento que não é, tá provado que não é, não posso achar que ele seja inocente. Mas, agora, quem sou eu pra dizer se ele é culpado ou inocente? Acho que isso tudo é um grande, vamos dizer, tsunami. Um país que deixou com que as pessoas sórdidas olhem na nossa cara e sorriam. Esses políticos estão dando entrevista rindo na cara da gente”. 

Vieira ainda lamentou a situação do país dizendo que o Brasil era adiantado. “Houve um atraso em tudo, uma despreocupação. Só conheço o lado bom do brasileiro, acho que aquele pessoal de Brasília não é o povo brasileiro, aquelas pessoas são alienígenas, eles foram colocados ali por alguma seita satânica. Não é possível que o Brasil possa dizer que a gente seja representado por Brasília, é tudo o oposto do que nós somos”, detonou.

 

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que começa nesta segunda-feira (20) a "checagem técnica" das assinaturas dos cidadãos que reivindicam o pacote anticorrupção. Após esse trabalho ser realizado, o parlamentar pretende apresentar um projeto de lei com procedimentos preestabelecidos para regulamentar as iniciativas populares no Congresso.

"Estamos começando a fazer a checagem técnica. Não temos um prazo porque estamos começando hoje e veremos qual será o ritmo de verificação", disse, ao comentar a medida combinada com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. "Essa é a única condição do caso: a contagem formal das assinaturas", disse. "O que a gente não pode é colocar toda essa mobilização por água baixo".

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Após esse procedimento, Maia disse que pretende propor em março um projeto de lei para regulamentar os procedimentos relacionados à confirmação das assinaturas em iniciativas populares. O presidente da Câmara citou como possível exemplo o uso do cartório eleitoral nesse processo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux conversaram nesta sexta-feira, 17, e chegaram a um acordo sobre o projeto das dez medidas contra a corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal.

Maia afirmou a Fux que a Secretaria-Geral da Mesa da Casa vai conferir as mais de 2 milhões de assinaturas de apoio à proposta de iniciativa popular e eles acertaram que, depois disso, o projeto poderá ser enviado ao Senado para seguir com a tramitação.

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Um dos pontos levantados por Fux em sua decisão liminar de dezembro é que, além de os deputados terem feito alterações profundas no projeto, eles não poderiam ter se apropriado de um projeto de iniciativa popular.

Na época, a Câmara afirmou que esse sempre foi o tratamento dado para projetos dessa natureza, inclusive para a Lei da Ficha Limpa, já que a Casa não teria estrutura para checar cada uma das assinaturas.

Para resolver o impasse, porém, Maia vai mobilizar a equipe da Câmara para realizar a validação desses apoiamentos. A assessoria de imprensa da presidência da Câmara afirma não saber quanto tempo esse trabalho vai durar, pois isso nunca aconteceu, mas que será feito o mais rápido possível.

Nesta quinta, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), cumpriu a determinação de Fux e enviou o texto de volta à Câmara. Quando soube da decisão, Maia afirmou não saber como proceder, mas que o melhor caminho seria esperar uma decisão do plenário do STF.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, ao buscar um acordo com Maia, Fux quer evitar novos embates com o presidente da Câmara por conta do assunto. A liminar do ministro foi bastante criticada não apenas por deputados, que a consideraram uma interferência no Poder Legislativo, mas também por ministros do Supremo. Um deles, disse considerar a decisão "esdrúxula".

Fux tem evitado comentar o assunto. Não há previsão de quando a liminar do ministro será levada para o plenário do Supremo.

O pacote anticorrupção foi votado pelos deputados na madrugada de 30 de novembro. Além de tirar pontos propostos pelo Ministério Público, os parlamentares também incluíram medidas como o endurecimento de regras de punição a magistrados e procuradores que cometerem crimes. As mudanças foram vistas pela força-tarefa da Lava Jato como um reação aos desdobramentos da investigação.

Um dia depois de a Câmara aprovar a urgência para a apreciação de um projeto de lei que proíbe o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de punir partidos que tiverem as contas rejeitadas ou não apresentarem suas prestações de contas anuais, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que vê a iniciativa com "muita preocupação".

"Vejo realmente com muita preocupação essa iniciativa, que revoga o dispositivo que autoriza o tribunal a fazer as resoluções que muito têm contribuído para disciplinar e realizar as próprias eleições. E também torna inútil esse grande esforço que estamos fazendo de cobrar a prestação de contas, na medida em que nos impede de aplicar qualquer sanção", comentou Gilmar Mendes.

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O ministro participou pela manhã de uma cerimônia de plantio de árvores nas proximidades do TSE, em Brasília. Os presidentes do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz, e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, acompanharam a solenidade e também plantaram mudas.

Indagado se a iniciativa da Câmara marcaria mais um episódio de tensão entre Judiciário e Legislativo, Gilmar respondeu: "Acho que não. Na verdade, é uma iniciativa pouco feliz, que traduz esse comodismo, esse corporativismo."

Na avaliação do presidente do TSE, o projeto vai consagrar "a impunidade daqueles partidos que mal aplicam os recursos públicos, porque não haverá sanção". "Vamos estar eternizando agremiações fakes, agremiações de fachadas, esses diretórios que são improvisados", alertou Gilmar.

O presidente do TSE afirmou já ter manifestado preocupação ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Na terça-feira temos uma reunião com líderes de partidos exatamente para discutir a implementação daquilo que está na legislação e na resolução: a necessidade de que haja diretórios efetivos, e não esses partidos que são carregados na pasta. O pior dessa iniciativa é que ela retarda a necessária reforma partidária e reforma política que precisamos fazer", disse Gilmar.

Após a repercussão negativa da aprovação de urgência, Maia recuou e disse nesta quarta, 8, que o plenário não votará mais o trecho do projeto de lei. Segundo ele, o único trecho da proposta que será votado é o que permite partidos manterem comissões provisórias por tempo indeterminado.

A Mesa da Câmara dos Deputados entrou nesta sexta-feira, 16, com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Luiz Fux, que determinou a devolução à Câmara do projeto com medidas anticorrupção - a proposta terá de ser analisada novamente da estaca zero. O pacote foi aprovado pelos deputados na madrugada do dia 30 de novembro com uma série de emendas que descaracterizaram pontos do projeto original, proposto pelo Ministério Público Federal.

A Mesa da Câmara dos Deputados pediu ao ministro Fux que reconsidere sua decisão ou que submeta a apreciação do recurso ao plenário do STF. Ao considerar que a decisão de Fux interfere de "forma indevida" em prerrogativas dos parlamentares, a Mesa da Câmara alegou haver risco do Estado Democrático de Direito ser reduzido a uma "aristocracia togada".

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"Não há base regimental ou constitucional para restringir a prerrogativa dos membros do Legislativo de debater uma matéria, propor modificações e aprová-las, se houver apoio político suficiente. Afirmar o contrário é colocar nas mãos do Supremo Tribunal a responsabilidade por dizer quais modificações aperfeiçoam uma proposição e quais 'desnaturam' a sua 'essência'. É reduzir nosso Estado Democrático de Direito a uma aristocracia togada", criticou a Mesa da Câmara dos Deputados.

Ao embasar sua decisão, Fux sustentou que projetos de iniciativa popular não devem ser descaracterizados pelos parlamentares. Segundo o ministro, esses projetos devem ser debatidos na "sua essência", sendo interditados emendas e substitutivos "que desfigurem a proposta original para simular apoio público a um texto essencialmente distinto do subscrito por milhões de eleitores".

O argumento de Fux foi contestado pela Mesa da Câmara.

"O Congresso Nacional, instado a apreciar um projeto de lei, não pode ser constrangido a dizer apenas 'sim' ou 'não'. Mais: se pode dizer 'não' ao todo, há que se reconhecer que poderá dizer 'não' também a partes do projeto (...) A possibilidade de emendar os projetos de iniciativa popular, de deferir sua tramitação conjunta com outras matérias ou, ainda de apresentar substitutivos a eles e, eventualmente, a seus apensados, representa uma prerrogativa ínsita à atividade parlamentar", defendeu a Casa.

Pedido

No início do mês, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) impetrou um mandado de segurança no STF pedindo que fosse anulada a votação na Câmara que incluiu no pacote de combate à corrupção uma emenda que prevê crime de abuso de autoridade para juízes, desembargadores e membros do Ministério Público.

Ao conceder a medida liminar, Fux foi além: determinou que todo o projeto retornasse à Casa de origem e que a Câmara dos Deputados tratasse a matéria como projeto de iniciativa popular, observando o rito correlato previsto no seu regime interno. O projeto acabou autuado como projeto de lei de iniciativa parlamentar, o que lhe conferiu uma tramitação mais rápida.

"Deve-se destacar que questionamentos precipitados sobre o procedimento adotado pela Câmara dos Deputados na apreciação dos projetos de lei de iniciativa popular trazem consigo uma consequência nefasta, que é suscitar dúvidas infundadas acerca da constitucionalidade das normas resultantes desse procedimento, normas que incluem a Lei da Ficha Limpa e a criação do delito de captação ilícita de sufrágio (compra de voto)", ressaltou a Mesa da Câmara.

Para a Mesa da Câmara, a medida liminar concedida por Fux viola o Código de Processo Civil (CPC) - Fux, aliás, presidiu uma comissão de especialistas criada pelo Senado Federal que atualizou o CPC, o que lhe rendeu a alcunha de "pai do CPC".

"Trata-se, manifestamente, de decisão extra petita, em violação ao artigo 492 do Código de Processo Civil, que veda ao juiz 'proferir decisão de natureza diversa da pedida'. O pedido cinge-se a um pleito de anulação da votação da emenda de plenário, e sua supressão da redação final encaminhada ao Senado. Não é requerida, em qualquer momento, a restituição dos autos à Câmara dos Deputados, tampouco sua autuação como projeto de lei de iniciativa popular, com todas as assinaturas reunidas em apoio à medida, ou o refazimento de quaisquer atos", frisou a Mesa da Câmara.

Apoio

A Mesa da Câmara alegou ao STF que a conduta da Casa não teve o propósito de usurpar a iniciativa popular. "O que se busca com o expediente adotado é, de comum acordo com as entidades que patrocinam a iniciativa popular, viabilizar a propositura da matéria", comunicou a Mesa.

"A Câmara dos Deputados é, em nosso sistema constitucional, a Casa que representa o povo brasileiro. Não precisa 'simular' - para usar a palavra escolhida por V. Exª - apoio público", rebateu a Casa.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a assessoria jurídica da Casa vai enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma resposta à liminar sobre a tramitação do pacote anticorrupção já nesta quinta-feira (15)

Para ele, a decisão do ministro Luiz Fux de que a Câmara deverá analisar novamente a proposta "fere um pouquinho" o rito de tramitação dos projetos no Congresso. "Nós vamos ler com o cuidado (a liminar). O ministro Fux é um ministro pelo qual temos muito respeito. Não queremos gerar nenhum tipo de conflito na relação da Câmara com o Poder Judiciário, mas de fato gerou um pouco de perplexidade a decisão que foi encaminhada à Casa", disse.

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Maia afirmou ainda que "não houve nenhum tipo de irregularidade" durante a votação do pacote anticorrupção na Câmara e defendeu que é prerrogativa dos parlamentares legislar. "Eu acho que nós vamos superar isso, vamos mostrar ao ministro Fux onde estão os problemas da liminar dada por ele. Tenho certeza que o plenário (do Supremo) vai decidir respeitando a soberania do Parlamento", afirmou.

O projeto foi votado pelos deputados na madrugada de 30 de novembro. De iniciativa popular, o texto, que ficou conhecido como as "Dez medidas contra a corrupção", teve o patrocínio do Ministério Público.

Durante a votação, porém, os deputados derrubaram vário pontos considerados importantes do projeto. Também incluíram a possibilidade de punir por abuso de autoridade magistrados, procuradores e promotores. As modificações foram vistas com maus olhos pela força-tarefa da Lava Jato, que classificou a atitude dos parlamentares como uma retaliação por conta das investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobras.

Em um novo round entre Legislativo e Judiciário, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (14) a devolução do projeto com 10 medidas de combate à corrupção à Câmara dos Deputados, que deverá analisar a proposta novamente a partir da "estaca zero".

"O caso requer imediata solução jurisdicional, sem possibilidade de aguardo da apreciação pelo plenário (...) Há fundado risco de que o projeto de lei impugnado nestes autos seja deliberado ainda hoje (quarta-feira), em franca violação ao devido processo legislativo constitucional", escreveu o ministro em sua decisão. "Destaco, ainda, que ficam sem efeito quaisquer atos, pretéritos ou supervenientes, praticados pelo Poder Legislativo em contrariedade à presente decisão."

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Na semana passada, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) impetrou um mandado de segurança no STF pedindo que seja anulada a votação na Câmara dos Deputados que incluiu no pacote de combate à corrupção uma emenda que prevê crime de abuso de autoridade para juízes, desembargadores e membros do Ministério Público.

Ao conceder a medida liminar, Fux foi além: determinou que o projeto com as 10 medidas de combate à corrupção retorne à Casa de origem e que a Câmara dos Deputados trate o anteprojeto de lei anticorrupção como projeto de iniciativa popular, "observando o rito correlato previsto no seu regime interno".

Os projetos de lei de iniciativa popular devem ser debatidos na "sua essência", "interditando-se emendas e substitutivos que desfigurem a proposta original para simular apoio público a um texto essencialmente distinto do subscrito por milhões de eleitores", ressaltou Fux.

"Há apenas simulacro de participação popular quando as assinaturas de parcela significativa do eleitorado nacional são substituídas pela de alguns parlamentares, bem assim quando o texto gestado no consciente popular é emendado com matéria estranha ou fulminado antes mesmo de ser debatido, atropelado pelas propostas mais interessantes à classe política detentora das cadeiras no Parlamento nacional", criticou o ministro.

"Desde 1988 não houve nenhum projeto sequer autuado formalmente como de iniciativa popular na Câmara dos Deputados, atestando não apenas o completo desprestígio com que este instrumento democrático é tratado, mas também a eliminação de qualquer efetividade das normas constitucionais que regem o tema", escreveu Fux.

Em seu despacho, de 12 páginas, o ministro também viu "preocupante atuação parlamentar" na inclusão no pacote de combate à corrupção de uma emenda que prevê crime de abuso de autoridade para juízes, desembargadores e membros do Ministério Público

Tramitação

O ministro destacou que a autuação da proposta como anteprojeto de iniciativa popular tem consequências em termos procedimentais, devendo seguir o devido processo legislativo. As comissões não podem discutir e votar projetos de iniciativa popular, ressaltou Fux.

Após a Mesa da Câmara receber no dia 29 de março o projeto das 10 medidas de combate à corrupção, foi criada na Câmara uma comissão especial para a sua apreciação, tendo como relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O colegiado aprovou em 24 de novembro o parecer do relator, que propunha substitutivo ao Projeto de Lei, passando a proposição a ser apreciada pelo plenário desta Casa Legislativa.

Cinco dias depois, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o substitutivo constante no parecer da Comissão Especial, e em seguida passou-se à deliberação acerca dos destaques.

"Deve a sessão plenária da Câmara ser transformada em comissão geral, sob a direção de seu presidente, para a discussão de projeto de lei de iniciativa popular, com a presença de orador para defendê-lo", observou Fux.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que está em curso no Senado uma manobra para votar o projeto que atualiza a Lei de Abuso de Autoridade em conjunto com o pacote anticorrupção deturpado pela Câmara na noite desta quarta-feira, 14, no Senado.

De acordo com Randolfe, a estratégia é votar o PLS 280/2016, do abuso de autoridade, apensado ao PLC 80/2016, do pacote anticorrupção, e votá-los em conjunto. Dessa forma, se aprovados, o abuso de autoridade iria direto à sanção, sem necessidade de passar pela Câmara.

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Randolfe disse que estará em plenário para cobrar a votação do requerimento que pede o fim da urgência do abuso de autoridade, o que faria com que o projeto saísse da pauta do plenário.

Desde ontem, existem movimentações no Senado para permitir a votação do projeto de abuso de autoridade. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), demonstrou mais de uma vez sua intenção de votar a proposta antes do fim do ano.

A dificuldade estava justamente no requerimento para o fim da urgência do projeto. Regimentalmente, o requerimento precisaria ser votado antes da proposta de abuso de autoridade. Caso as propostas sejam apensadas, o requerimento perde a validade, uma vez que ele se refere apenas ao abuso de autoridade.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que o combate à corrupção representa "um importante instrumento da evolução do nosso processo civilizatório". "O desenvolvimento da nossa sociedade se dará de maneira mais aprimorada se incorporarmos, não só na agenda das instituições, mas no cidadão brasileiro, o combate à corrupção", declarou Janot nesta quarta-feira, 7, durante debate sobre as 10 Medidas do Ministério Público Federal (MPF), no Dia Internacional de Combate à Corrupção.

Durante o evento, promovido pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF, em Brasília, o procurador-geral enfatizou a importância do trabalho cooperado entre todas as instituições e órgãos de controle "para atingir os objetivos de aprimorar o combate à corrupção".

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De acordo com Janot, "a transparência é fundamental para que seja demonstrada uma atividade profissional, não ideológica e destinada única e exclusivamente ao combate à corrupção".

Em relação às 10 Medidas contra a Corrupção, o procurador destacou que "todos esses instrumentos constam de tratados ou de convenções internacionais, ou já foram provados em países cujo o desenvolvimento do processo civilizatório está além do nosso"

Ao destacar "a importância" do Legislativo no combate à corrupção, Janot declarou que "sem uma base legal eficaz e moderna, que coloque à disposição dos órgãos de controle os instrumentos necessários para a atuação de cada um, nada disso seria ou será possível".

Segundo ele, a aprovação da Lei da Ficha Limpa, da Lei de Acesso à Informação, da Lei de Combate ao Crime Organizado - que possibilitou a colaboração premiada -, e da modernização da Lei de Lavagem de Dinheiro foi fundamental para atingir aos resultados atuais.

Ao final de sua exposição, o procurador-geral da República anunciou detalhes do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado pela Câmara de Combate à Corrupção com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

O objetivo do Termo é disciplinar os saques de recursos públicos em espécie nas instituições bancárias oficiais. "Será um salto de enorme de qualidade no controle da circulação dos valores públicos que são depositados nesses bancos, que tiveram a sensibilidade de entender que o saque em espécie dificilmente torna viável o rastreamento desse dinheiro depois. Além disso, mostra que a atividade do Ministério Público Federal não é só repressiva. A gente também trabalha na prevenção. A prevenção é o melhor remédio no combate à corrupção", afirmou Rodrigo Janot.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quarta-feira (7) a versão do pacote anticorrupção apresentada pelo Ministério Público Federal, que acabou descaracterizada na Câmara dos Deputados. Em evento comemorativo ao Dia Internacional contra a Corrupção, que se celebra no dia 9 de dezembro, Janot disse que as medidas originais não constituem uma "jabuticaba" e ressaltou que a prevenção é o melhor remédio no combate a irregularidades.

"O melhor detergente que existe é a luz do sol. A transparência nas nossas atividades, a transparência nas atitudes funcionais que tomamos, na atuação de cada um desses órgãos de controle, é essencial. A transparência é essencial pra que não se deixe dúvidas na atuação dos órgãos de controle", afirmou Janot.

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Entre as propostas apresentadas pelo Ministério Público estavam a criminalização do enriquecimento ilícito, o aumento das penas de corrupção, a criminalização do caixa 2 e a punição objetiva de partidos políticos por corrupção em condutas futuras.

"Nenhuma dessas medidas constitui jabuticaba, nenhuma delas é invenção brasileira", disse Janot, destacando que as medidas propostas pelo Ministério Público já foram testadas em países com legislação mais avançada. "Esses instrumentos são constantes de tratados e convenções internacionais que recomendam boas práticas", acrescentou o procurador-geral da República.

A Câmara dos Deputados fez mudanças ao pacote, aprovando uma emenda que prevê punições a juízes e membros do Ministério Público, que poderão responder por abuso de autoridade.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou nesta terça-feira, 6, ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O ex-relator na Câmara dos Deputados das medidas de combate à corrupção entrou com ação contra o senador por calúnia, difamação e injúria. O que motivou a ação foi um discurso do peemedebista, no qual ele insinuou que o deputado deveria ser submetido a um teste de integridade por ter supostamente recebido recursos de caixa 2 da indústria armamentista na campanha de 2010.

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O teste de integridade, proposto pelo Ministério Público Federal no pacote anticorrupção, foi uma das medidas retiradas pela Câmara durante a votação da proposta. Consistiria na simulação de situações sem o conhecimento da pessoa para verificar a predisposição de cometer atos ilícitos.

À reportagem, o deputado disse que foi agredido de forma "absolutamente desqualificada e indevida" após o juiz federal Sérgio Moro elogiá-lo em audiência pública no Senado, na semana passada.

O evento foi promovido pelos senadores para discutir o projeto de lei que trata de abuso de autoridade e estava previsto para ser votado nesta terça-feira no plenário.

"Só quero mais uns aninhos (de cadeia) para ele (Renan), que merece. Vai brincar com a honra de quem ele quiser, menos com a minha. Ele mede todo mundo pela régua dele", disse Lorenzoni após protocolar a queixa-crime no Supremo.

Na ocasião, o peemedebista usou ironia ao se referir ao deputado do DEM. "Com todo respeito, e em favor dele, eu queria dizer que o teste de integridade vai fazer muita falta, porque pesava sobre ele uma acusação de ter recebido caixa 2 de indústria das armas, e seria uma oportunidade para que ele, nesse teste, pudesse demonstrar o contrário, com o meu apoio", disse Renan na audiência realizada no Senado.

Lorenzoni afirmou que recebeu legalmente a contribuição para a campanha eleitoral e que todos os recursos foram declarados à Justiça. Agora, aguarda apenas a definição do ministro que vai relatar o processo. O nome do relator deve ser definido ainda nesta quarta-feira, 7. "Não vou largar o pescoço dele não", afirmou.

Até a publicação desta reportagem, a reportagem não conseguiu contato com a assessoria de Renan para tratar do caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado deve inviabilizar nesta terça-feira (6) a votação do projeto de Lei de Abuso de Autoridade. A avaliação de senadores da base e da oposição é de que não há "clima" para levar ao plenário da Casa a discussão sobre a proposta.

Esse já era o sentimento no Senado antes mesmo da decisão de Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), por causa das manifestações de rua de anteontem que criticaram a proposta.

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O senador Álvaro Dias (PV-PR) chegou a apresentar ontem um requerimento para tirar o projeto da pauta do plenário. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) também passou o dia colhendo assinaturas para adia a votação da proposta.

Para os parlamentares, manter a votação para hoje iria de encontro ao sentimento da sociedade, uma vez que anteontem houve manifestações de rua em todo o País contra a corrupção, em apoio à Operação Lava Jato e com criticadas focadas em Renan.

"O problema do Brasil não é excesso de abuso de autoridade, mas sim abuso da prática da corrupção, do tráfico de influência, da formação de quadrilha. As prioridades são outras. Esta não foi a prioridade da multidão que foi às ruas", disse Dias.

O líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), também disse acreditar que não será possível votar o projeto, com era esperado. "Se já não havia clima para isso, ficou mais difícil", afirmou.

Além desse projeto, porém, a mesma matéria - crime de abuso de autoridade para juízes, promotores e procuradores - continuará em discussão na Casa, uma vez que também está em análise o projeto anticorrupção com o tema aprovado pela Câmara na semana passada.

Parecer

Apesar de dizer que o projeto não tem como objetivo inibir a Lava Jato, o relatório apresentado por Roberto Requião (PMDB) considera abuso de autoridade medidas que vêm sendo usadas nas investigações, como os decretos de prisão preventiva e condução coercitiva.

Pelo texto, "executar a captura, prisão ou busca e apreensão de pessoa que não esteja em situação de flagrante delito ou sem ordem escrita de autoridade Judiciária" pode levar o juiz à detenção de 1 a 4 anos.

A mesma pena poderá ser aplicada se um juiz "decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado que for manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo".

Vazamento. De acordo com o relatório, será considerado abuso de autoridade "divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada, ou ferindo honra ou a imagem do investigado ou acusado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Assim como em centenas de cidades brasileiras, o Recife é cenário de protesto  à favor da Operação Lava Jato e contra o pacote de medidas anticorrupção aprovado pela Câmara dos Deputados. Neste domingo (4), a manifestação acontece na Avenida Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana.

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As já características camisetas e bandeiras verde-amarelas dão o tom da passeata. Com trio elétrico, boneco de olinda (personalizado com a frase "justiça amordaçada") e ao som de muito frevo, os manifestantes empunham cartazes de apoio a Sergio Moro e pedindo a renúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros. O grupo também critica o projeto de lei sobre o abuso de autoridade.

Policiais e integrantes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) do Recife acompanham a mobilização e, até o momento, nenhum incidente foi registrado. 

Com informações da Taciana Carvalho

Diferentemente da postura adotada no domingo passado, quando convocou coletiva de imprensa para "mostrar a cara" e garantir à população que não permitiria avanço da anistia ao caixa 2, o presidente Michel Temer se recusou ontem a responder sobre a polêmica envolvendo o avanço do pacote anticorrupção. Ele também não comentou a manobra do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de tentar acelerar a tramitação do projeto.

Ontem, após uma reunião para tratar de ações do Dia Nacional de Combate ao Mosquito Transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya, em Brasília, o presidente rebateu a reportagem de forma irritada ao ser questionado. "Eu estou falando de zika, por favor", disse, deixando o local sem dar entrevista.

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Desde que o pacote foi aprovado na madrugada de quarta-feira na Câmara dos Deputados, a ordem do Planalto foi manter o assunto distante e "ganhar tempo". A reação dos procuradores da Operação Lava Jato, que ameaçaram abandonar as investigações caso o presidente sancione o pacote, no entanto, trouxe preocupação de que uma possível crise institucional prejudique ainda mais o governo Temer.

Assessores do presidente reconhecem que há uma preocupação com a instabilidade que a "briga" dos procuradores com os parlamentares pode causar, mas ponderam que não há razões para que o Executivo interfira. A manobra de Renan, ainda na quarta-feira, de tentar colocar urgência no projeto, segundo interlocutores do Planalto, pegou Temer de surpresa. Mesmo assim, no mesmo dia, o presidente decidiu "prestigiar" o Senado e compareceu ao jantar natalino dos parlamentares.

Auxiliares de Temer que defendem que o presidente não deve trazer o assunto para dentro do Planalto antes da hora argumentam que o projeto pode ser alterado no Senado.

Independência

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, fez um apelo ontem para que o Congresso não aprove medidas que "atentem contra a independência do Ministério Público e do Poder Judiciário". Ele criticou a medida que prevê que um procurador possa ser punido em caso de perda de uma ação.

"Quando você é membro do Ministério Público, você instaura um inquérito com base em indícios. Mas, quando você ingressa com ação penal, a lei exige alguns requisitos. Durante o processo, isso pode não ser comprovado, e você não pode ser responsabilizado."

O ministro disse também que seria errado responsabilizar o juiz em caso de revisão de condenações. "O juiz, ao proferir a sentença, condena certas pessoas. Caso o tribunal reveja, isso faz parte do sistema, mas obviamente não pode levar isso a uma responsabilização por parte do juiz", afirmou.

"Seria um atentado contra a independência do Ministério Público, um atentado contra a independência do Judiciário e, consequentemente, inconstitucional", disse. Após as críticas, Moraes afirmou não acreditar que o Congresso vá tipificar o chamado "crime de hermenêutica". (Colaborou André Ítalo Rocha)

Estranho na Casa legislativa em que mais de uma dezena de senadores é alvo de investigações na Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais na primeira instância, foi o centro das atenções no debate sobre mudanças na lei de abuso de autoridade, mas sem ser paparicado pelos parlamentares.

O dia de Moro no Senado teve aplausos e saudações, de parte dos funcionários da Casa, e críticas de senadores que, descontentes com o rumo das apurações do esquema de corrupção na Petrobras, preferiram aplaudir de forma mais efusiva o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, defensor da revisão dessa legislação.

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O debate foi ameno e respeitoso, porém duro. A maior parte das perguntas foi dirigida a Moro que, sem elevar o tom, respondeu aos questionamentos de todos os senadores, sempre defendendo que o projeto de abuso de autoridade é bem-vindo, desde que não prejudique a atuação da magistratura.

Apenas em um momento a discussão ficou mais acalorada, quando o líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), e Moro se confrontaram sobre a atuação do juiz no caso específico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto Lindbergh afirmava que houve abuso na condução coercitiva e divulgação de interceptações telefônicas, Moro respondeu que a fala do senador era uma demonstração explícita de que o projeto tem a intenção de criminalizar a Lava Jato.

Apesar do ar cerimonioso da sessão, os principais líderes do Senado não fizeram questões aos participantes do debate e as perguntas foram encadeadas por senadores menos conhecidos nacionalmente. O senador Fernando Collor (PTC-AL), por exemplo, que é investigado na Lava Jato e figura carimbada em discussões da Casa com críticas ferrenhas à operação, não esteve presente.

Mas houve quem quisesse prestigiar o juiz federal. Após seu discurso no debate, os senadores Magno Malta (PR-ES), Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) subiram à Mesa Diretora para cumprimentá-lo e fazer fotos. Renan Calheiros (PMDB-AL), que teve a fala interrompida pela situação, reagiu ironicamente. "Vou esperar esse momento de cumprimentos para poder reiniciar a sessão", disse visivelmente incomodado.

Ferraço não perdeu tempo. O senador acolheu as sugestões de Moro e as registrou na forma de duas emendas ao projeto de abuso de autoridade. No fim da sessão, foi entregar em mãos ao juiz os papéis que confirmavam o protocolo.

Mais efusivos, no entanto, foram os próprios funcionários do Senado, que não contiveram os aplausos durante a sessão. Entre uma selfie e outra, tentavam se enquadrar nas fotografias com o juiz. Mais tarde, ao final da entrevista coletiva de Moro, outros funcionários ovacionaram o magistrado bradando seu nome. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a interlocutores que não pretende pautar neste ano o projeto de lei do Senado que atualiza a lei de abuso de autoridade. A decisão, se confirmada, pode atrapalhar os planos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), autor e principal fiador da proposta. A votação da matéria pelos senadores em plenário está marcada para a próxima terça-feira (6).

O projeto de lei do Senado que trata sobre abuso de autoridade é diferente da emenda que foi aprovada pela Câmara na madrugada de quarta (30), com o pacote de medidas de combate à corrupção. Diferentemente do texto aprovado pelos deputados, a proposta dos senadores é mais ampla: não trata especificamente de tipificar o crime para magistrados e membros do Ministério Público, embora afete também juízes e promotores.

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Maia sempre se posicionou contra votar qualquer tema relacionado a abuso de autoridade no momento em que a Operação Lava Jato está em andamento, para evitar que a medida seja considerada retaliação. Na votação do pacote anticorrupção na Câmara, ele tentou convencer o líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA), a desistir de apresentar a emenda que regulamenta especificamente o crime para magistrados e integrantes do MP. No entanto, não obteve sucesso, diante do apoio da maioria dos líderes à proposta.

Em entrevista, o deputado do DEM deu sinais de sua opinião contrária à medida, ao afirmar que a emenda do PDT sobre abuso de autoridade aprovada junto com o pacote anticorrupção era "polêmica".

Pressão

Mesmo contra a vontade de Maia, deputados simpáticos ao projeto do Senado poderão pressioná-lo a colocar a proposta em votação. Um dos instrumentos para isso seria apresentar um requerimento de "urgência urgentíssima" com apoio de 257 deputados (equivalente a maioria dos integrantes da Casa) ou de líderes que representem esse número de parlamentares. Com isso, Maia seria obrigado a colocar o requerimento em votação.

A aprovação do requerimento, porém, não obriga o presidente da Câmara a proposta na pauta imediatamente. Pela jurisprudência, mesmo aprovado o pedido de urgência, a inclusão da matéria na pauta "depende de condições políticas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a votação do projeto que atualiza a lei de abuso de autoridade está mantida na pauta de votações da próxima terça-feira, 6, a menos que os líderes partidários mudem de ideia. Durante debate sobre o tema no plenário do Senado, que encerrou nesta tarde, o juiz federal Sergio Moro afirmou que "talvez esse não seja o melhor momento" para analisar a matéria.

Renan rebateu a declaração de Moro reafirmando que se o Congresso tiver que esperar para votar a atualização da lei de abuso de autoridade quando não houver investigações, não haverá nenhuma mudança na legislação. Neste caso, as autoridades teriam que ser acusadas por omissão, segundo o presidente da Casa. "É o Congresso que tem que decidir se a lei precisa ser melhorada", declarou.

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Denúncia

Na tarde de hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do recebimento de denúncia contra o presidente do Senado. Caso a Corte decida aceitar a denúncia, Renan se tornará réu perante o STF pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. O peemedebista disse que não acompanhará o julgamento porque estará trabalhando.

Ele afirmou que não está preocupado com o resultado. Segundo Renan, este é um caso pessoal, e o pedido de investigação foi feito por ele há oito anos. "Eu sou o maior interessado em resolver essa questão", respondeu o parlamentar. O presidente do Senado disse ainda que já foi investigado muitas vezes, e que é inocente das acusações contra ele.

Em sua fala final na audiência para discutir o projeto sobre abuso de autoridade no Senado, o juiz Sérgio Moro fez uma defesa da sua atuação à frente da Operação Lava Jato, que tem como alvo a classe política ao investigar o esquema de corrupção da Petrobras.

"Minhas decisões são sujeitas a críticas evidentemente, não há nenhum problema, há liberdade de expressão. No entanto, eu também acho que não posso ser acusado por abuso de autoridade, considerando que as minhas decisões têm sido sufragadas por cortes recursais e cortes superiores", disse Moro.

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Ele também voltou a afirmar que o projeto que está em discussão no Senado coloca em risco a operação porque considera crime "a mera divergência na interpretação da lei e na avaliação dos fatos e das provas".

Moro também fez um último apelo para que o Senado inclua pontos retirados pela Câmara no pacote das medidas anticorrupção. Segundo ele, não é preciso trazer de volta as questões mais polêmicas, como o uso de prova ilícita conseguida de boa-fé, mas há instrumentos importantes que ficaram de fora do projeto que podem ser recuperados.

Para Moro, a Câmara votou o pacote de maneira açodada e foi "precipitada" ao aprovar o crime de abuso de poder para juízes e integrantes do Ministério Público Federal. Ele também fez um elogio ao relator do projeto, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi hostilizado por colegas ao defender as medidas propostas pelos procuradores.

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