Mal-estar com Congresso ameaça cargo de Cid Gomes

Para diminuir tensão com os parlamentares, Palácio do Planalto estaria disposto a substituir ministro após declarações polêmicas

por Dulce Mesquita ter, 17/03/2015 - 17:06
José Cruz/Agência Brasil A substituição de Gomes teria sido sugerida pelo ex-presidente Lula em reunião com Dilma José Cruz/Agência Brasil

A intenção do governo em melhorar a relação com o Congresso Nacional pode fazer a presidente Dilma Rousseff mudar o primeiro ministro entre os nomeados para este segundo mandato. Entre os parlamentares já se fala que Cid Gomes (Educação) poderá ser substituído, após fazer declarações contra deputados.

A ofensa ocorreu durante visita à Universidade Federal do Pará, no final de fevereiro. O ministro teria dado a seguinte declaração: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

A afirmação causou revolta entre os deputados, que querem explicações. A Câmara dos Deputados convocou o ministro para prestar esclarecimentos em plenário, mas, por estar internado devido a uma sinusite, ele não pôde comparecer na semana passada. O comparecimento foi remarcado para esta quarta-feira (18) e segundo a assessoria de comunicação do MEC “até o momento” a presença está confirmada.

No entanto, como Cid Gomes está afastado da função até o dia 21 para tratamento de saúde, conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU), já há deputados que acreditam que ele não comparecerá nesta quarta. Nos bastidores, os parlamentares dizem que o Executivo já está pensando em outros nomes para o MEC, mas o governo nega. A substituição de Gomes teria sido sugerida pelo ex-presidente Lula em reunião com Dilma.

Esse mal-estar aumenta a crise entre governo e o Legislativo, especialmente entre os aliados. Na semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que Cid tem um "comportamento agressivo e arrogante". Sem poupar críticas ao Palácio do Planalto nas últimas semanas, ele considerou que "a ausência de um ministro de Estado convocado na data determinada implica crime de responsabilidade".

 

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