Dilma evita comentar tensão em votação de ajuste fiscal

Presidente disse acreditar que as medidas provisórias que integram o ajuste fiscal proposto pelo governo serão aprovadas

por Dulce Mesquita qua, 06/05/2015 - 11:58
José Cruz/Agência Brasil/Arquivo Dilma prefere aguardar a deliberação da Câmara, confiante de que medidas serão aprovadas José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Em meio à discussão sobre o ajuste fiscal na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff se esquivou de comentar sobre a divisão da base aliada, especialmente sobre a tensão entre os parlamentares do PMDB e do PT. "Eu sempre digo que não se pode fazer análises políticas em cima do clima emocional momentâneo", frisou a petista.

Em breve coletiva na manhã desta quarta-feira (6), após o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, a presidente disse acreditar que as medidas provisórias que integram o ajuste fiscal proposto pelo governo serão aprovadas. "Vamos aguardar e nos manter tranquilos", disse. "Tenho certeza que haverá sensibilidade necessária para que se vote o ajuste. Tenho crença que os parlamentares trabalham a favor do brasil. Podemos divergir em algumas questões, mas trabalhamos a favor do Brasil. Vamos aguardar", completou.

O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, até se reuniram com líderes partidários nesta manhã, par tentar articular um acordo, mas ainda não há consenso. O PMDB exige que a Executiva do PT se posicione sobre a questão. Por enquanto, os peemedebistas querem a retirada da matéria da pauta de votações.

Medidas

Duas MPs integram a proposta de ajuste fiscal do governo. A MP 665/2014 já tranca a pauta do plenário. Aprovado na comissão mista na semana passada, o texto determina a carência de 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão para solicitar o primeiro seguro-desemprego. No segundo pedido, essa carência cai para nove meses. Nos demais, para seis meses ininterruptos de trabalho. O valor do abono seguirá a mesma regra do 13º salário, ou seja, só será pago integralmente a quem trabalhar o ano inteiro.

Já a MP 664/14 ainda está em análise na comissão mista. No parecer, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) propôs a redução, de 24 para 18 meses, do prazo mínimo de contribuição para que a pensão por morte seja concedida para o cônjuge ou companheiro. A medida também exige um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável.

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