Alencar critica atitude de Cunha sobre a reforma política
Membro do colegiado que analisou as propostas para a reforma, o deputado garantiu que a atitude do presidente da Câmara foi monocrática e desrespeitosa
O deputado federal e vice-presidente da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar (PSB), se manifestou nesta segunda-feira (25) em relação à postura do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB). O peemedebista não acatou a análise do colegiado e a atitude foi vista pelo socialista como falta de respeito aos demais parlamentares.
“Apesar dos sucessivos adiamentos da votação do relatório final - um claro sinal de manobras para desmerecer a Comissão Especial da Reforma Política - ainda tínhamos a expectativa de que o bom senso prevalecesse. Infelizmente, não prevaleceu”, lamentou o deputado em nota.
Alencar fez severas críticas a posturas do peemedebista. “O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), numa atitude imperial, monocrática e “magnânima”, de total desrespeito aos deputados da comissão, ao relator e à sociedade civil – que acompanhou e participou destes nossos 90 dias de intenso trabalho – decidiu atropelar o relatório e avocar a votação da PEC da Reforma Política diretamente para o plenário. Trata-se de uma atitude incompatível com quem se propõe a presidir uma casa democrática, colegiada e de iguais como deveria ser a Câmara dos Deputados”, disparou.
O deputado relatou que durante três a Comissão Especial ouviu especialistas, magistrados, cientistas políticos, os partidos, o Ministério Público Eleitoral, a CNBB, a OAB, sindicatos e representações classistas, inclusive prefeitos e vereadores, em Brasília, além de realizarem audiências e seminários em quase todo o Brasil. “Tudo isso com o objetivo de atender ao clamor da sociedade, que foi às ruas pedir mudanças urgentes nos sistemas eleitoral e partidário do País. Só temos a lamentar que o presidente da Câmara tenha feito ouvidos moucos para esse clamor e menosprezado a todos, aos 34 colegas parlamentares integrantes da comissão – agredindo manifestamente as suas prerrogativas – e a sociedade civil brasileira”, cravou.
Mostrando-se indignado com a postura de Cunha, Tadeu Alencar alegou não precisar dar explicações diante do fato ocorrido. “Bem, a rigor, não somos nós da comissão que devemos explicações sobre este nada edificante episódio. Cumprimos o nosso papel. Minha solidariedade irrestrita ao deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator altivo e comprometido. O episódio macula a gestão do deputado Eduardo Cunha, mas não arrefece a nossa luta por uma reforma política que mude o Brasil!”, criticou o socialista.