Alencar critica atitude de Cunha sobre a reforma política

Membro do colegiado que analisou as propostas para a reforma, o deputado garantiu que a atitude do presidente da Câmara foi monocrática e desrespeitosa

por Élida Maria seg, 25/05/2015 - 21:54
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Em nota, Tadeu Alencar repudiou a atitude de Eduardo Cunha Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O deputado federal e vice-presidente da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar (PSB), se manifestou nesta segunda-feira (25) em relação à postura do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB). O peemedebista não acatou a análise do colegiado e a atitude foi vista pelo socialista como falta de respeito aos demais parlamentares.

“Apesar dos sucessivos adiamentos da votação do relatório final - um claro sinal de manobras para desmerecer a Comissão Especial da Reforma Política -  ainda tínhamos a expectativa de que o bom senso prevalecesse. Infelizmente, não prevaleceu”, lamentou o deputado em nota.

Alencar fez severas críticas a posturas do peemedebista. “O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), numa atitude imperial, monocrática e “magnânima”, de total desrespeito aos deputados da comissão, ao relator e à sociedade civil – que acompanhou e participou destes nossos 90 dias de intenso trabalho – decidiu atropelar o relatório e avocar a votação da PEC da Reforma Política diretamente para o plenário. Trata-se de uma atitude incompatível com quem se propõe a presidir uma casa democrática, colegiada e de iguais como deveria ser a Câmara dos Deputados”, disparou.

O deputado relatou que durante três a Comissão Especial ouviu especialistas, magistrados, cientistas políticos, os partidos, o Ministério Público Eleitoral, a CNBB, a OAB, sindicatos e representações classistas, inclusive prefeitos e vereadores, em Brasília, além de realizarem audiências e seminários em quase todo o Brasil. “Tudo isso com o objetivo de atender ao clamor da sociedade, que foi às ruas pedir mudanças urgentes nos sistemas eleitoral e partidário do País. Só temos a lamentar que o presidente da Câmara tenha feito ouvidos moucos para esse clamor e menosprezado a todos, aos 34 colegas parlamentares integrantes da comissão – agredindo manifestamente as suas prerrogativas – e a sociedade civil brasileira”, cravou.

Mostrando-se indignado com a postura de Cunha, Tadeu Alencar alegou não precisar dar explicações diante do fato ocorrido. “Bem, a rigor, não somos nós da comissão que devemos explicações sobre este nada edificante episódio.  Cumprimos o nosso papel. Minha solidariedade irrestrita ao deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator altivo e comprometido. O episódio macula a gestão do deputado Eduardo Cunha, mas não arrefece a nossa luta por uma reforma política que mude o Brasil!”, criticou o socialista.

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