Dilma se coloca 'aberta ao diálogo' e pede 'tolerância'

No Recife, a petista exaltou o desejo de avançar e disse que apostava no Brasil como maior economia do que a Alemanha

por Giselly Santos sex, 21/08/2015 - 22:25

A palavra diálogo foi a mais latente durante o discurso da presidente Dilma Rousseff (PT), nesta sexta-feira (21), durante sua passagem pelo Recife. Iniciando uma agenda estratégica para a reconquista da popularidade no Nordeste, onde nas últimas pesquisas ela obteve apenas 10% de avaliação positiva, Dilma garantiu que “apostava no Brasil” e, por isso, estava se “abrindo para o diálogo”. Além disso, ao participar da terceira edição do Dialoga Brasil, ela também destacou a necessidade que o país cresça igualitariamente. 

“A gente só avança com respeito, tolerância e a vontade de escutar a voz do outro. Você não precisaria dialogar se todos pensassem a mesma coisa. É justamente o que nós estamos fazendo: abrindo o diálogo”, observou Dilma Rousseff, ao usar o microfone logo após o governador Paulo Câmara (PSB), que foi vaiado por petistas. Segundo ela, o “diálogo faz a gente pensar” e desde 2003, quando Lula assumiu a gestão federal, se “pensa muito” no governo. 

Para a presidente, a edição do Dialoga acontecer em Pernambuco tem um quê de “especial”. “Aqui as pessoas lutaram pelo Brasil. Daqui saíram pessoas que pensaram e sonharam o Brasil. Grandes políticos. Estou me referindo a Arraes, a Eduardo Campos e a Lula”, frisou, lembrando da diversidade do estado.  

Fazendo um passeio sobre as áreas da saúde, educação, segurança pública, desenvolvimento social e cultura, a presidente pontuou a fala de cada ministro e defendeu um governo sem diferenças. “O governo não é um governo paternalista, que vai achar que ele vai resolver os problemas sozinhos. Se as pessoas, as regiões são diferentes, as oportunidades para todas elas devem ser iguais”, pontuou. “O papel do governo é reduzir a diferença (entre as classes) e a garantir que todos partam de uma base igual. Daí o porquê que nós fizemos alguns programas. (...) Igualdade de oportunidades é a palavra que explica o governo do presidente Lula e o meu governo”, acrescentou a presidente.

Indagando os presentes sobre o que os unia, a petista ouviu palavras soltas como a opção pelo diálogo, o amor, a expressão popular, o projeto político e democracia. Colocando seu posicionamento, Dilma expôs dois itens como principais. “Acredito que todas essas coisas nos unem. Aqui estamos fazendo um dialogo. Mas não são só elas que nos unem. De tudo isso, a gente tira o seguinte: aqui tem pessoas que tem um compromisso com o nosso país e com o nosso povo”, pontuou.

Contando ter encontrado com a chanceler da Alemanha, Angela Markel, nessa quinta-feira (20), a presidente alertou que “apostava no Brasil” como maior potencia econômica do que o país alemão. “Se você perguntar para mim: em quem que você aposta como sendo a economia mais forte? Eu aposto neste país [o Brasil]. Onde nós não temos intolerância, não fazemos perseguição religiosa e temos essa imensa alegria de viver, brigar e lutar pelo que nós queremos como as riquezas que temos e vamos ter sempre como é o caso do petróleo e da Petrobras”, cravou. “Aposto no Brasil e aposto mesmo, pois acho o povo brasileiro capaz de todas as transformações. Vamos daqui para frente superar as dificuldades e alumiar a luz do fim do túnel com a nossa esperança e capacidade de construir um país para todos”, finalizou, otimista.  

Reunião com empresários

Antes de seguir para o Dialoga Brasil, no fim da tarde a presidente se reuniu com empresários pernambucanos na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe). A discussão no local girou em torno do Plano de Exportação e de Logistica Nacional. Sem o acompanhamento da imprensa, o encontro durou mais de duas horas. 

"A presidente pôde transmitir de forma direta que as políticas de resposta ao período de crise têm excessos, na medida em que criaram um custo fiscal ao governo", revelou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Experior, Armando Monteiro (PTB), que também já foi presidente da Fiepe. "Os subsídios e as desonerações tiveram custo fiscal muito alto ao Tesouro e agora não se pode manter esses incentivos", completou.

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