Com apoio no NE, Dilma inaugura 2º trecho da transposição

Em discurso, a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que não faltará recursos para a conclusão da obra e garantiu a conclusão em 2016

por Dulce Mesquita ter, 22/12/2015 - 17:44 Atualizado em: ter, 22/12/2015 - 17:56
Roberto Stuckert Filho/PR Segunda estação de bombeamento do Projeto do Rio São Francisco fica no município de Floresta, no sertão pernambucano Roberto Stuckert Filho/PR

O governo federal inaugurou, nesta terça-feira (22), a segunda estação de bombeamento do Projeto de Integração do Rio São Francisco, no município de Floresta, no sertão pernambucano. Na ocasião, foi acionada uma motobomba que permite o impulsionamento da água de um terreno mais baixo para outro mais alto.

Com o funcionamento da estrutura, a água do Rio São Francisco avançará até o reservatório Mandantes, o terceiro do Eixo Leste, percorrendo 32,4 quilômetros. A estação de bombeamento inaugurada nesta terça possui dois conjuntos de motobombas instalados, com potência de 7,4 megawatts e vazão de 14 m³/segundo, que elevará a água do rio em mais 43,1 metros, altura que pode ser comparada a um edifício de 14 andares.

Em discurso, a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que não faltará recursos para a conclusão da obra. “A integração do São Francisco avança e não há nada que pare essa interligação. A cada dia que passa, a água vai avançar pelos canais e vai transformar para sempre a paisagem e a vida pessoas no semiárido nordestino”, frisou.

De acordo com o Ministério de Integração Nacional, já foram concluídos 81,8% do total da obra. “São quase 80 quilômetros de canais já com água ou prestes a receber a água. São 11 aquedutos, dois túneis prontos, dez mil trabalhadores em ação. Aliás, estamos no momento de maior mobilização de trabalhadores desde o início da obra”, disse a presidente. A previsão do final das obras é entre dezembro de 2016 e início de 2017. No entanto, Dilma garantiu a conclusão já no próximo ano. “Com a dificuldade que for, nós não deixaremos de concluir essa obra no ano que vem”.

Em agosto, ela esteve em Cabrobó, também no sertão, para a inauguração da primeira estação de bombeamento do eixo norte. Na ocasião, ela ressaltou a importância de garantir a segurança hídrica para a região. “Conviver com a seca é saber que mais cedo ou mais tarde ela chega. Mas quando chegar, ela não nos pega sem proteção. Vamos ser capazes de, quando a seca vier, manter a vida praticamente normal. Esse é o nosso objetivo”, disse.

Apoio - Aplaudida em vários momentos da solenidade pelo público formado por trabalhadores da obra e moradores da região, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o apoio para fortalecer o discurso contra o impeachment. "Eu tenho um compromisso de vencer a crise, continuar garantindo trabalho, emprego de qualidade e renda para população brasileira. Nada vai me demover desse caminho".

Mais cedo, ela afirmou que "tem uma vida ilibada" e na cerimônia reforçou a consolidação da gestão e a confiança no próprio governo. "Eu tenho orgulho de ter um patrimônio só: meu nome. Sou daquele tipo muito característico aqui do Nordeste. A gente pode até dar uma envergadinha, mas não quebra, não. Nós vislumbramos para 2016 a chegada de tempos melhores".

Obra - O Projeto de Integração do Rio São Francisco vai garantir segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios espalhados pelos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Foram 9.980 empregos gerados e mais de três mil equipamentos estão em operação.

O projeto é composto por 477 quilômetros de extensão, organizados em dois eixos de transferência de água: Norte, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217. Serão nove estações, 27 reservatórios, quatro túneis e 14 aquedutos.

Investigação - No último dia 11, a obra foi alvo da Operação Vidas Secas, da Polícia Federal, que investiga o superfaturamento em dois dos 14 lotes da transposição. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa, de acordo com a PF, utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas. Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.

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