Deputados pedem investigação de assinatura falsa de Gurgel

Partidos podem pedir o início de um processo contra o republicano por quebra de decoro parlamentar

por Giselly Santos sex, 11/03/2016 - 11:26
Reprodução/Facebook Vinicius Gurgel explicou que a carta de renúncia já estava assinada em seu gabinete Reprodução/Facebook

Um grupo de 17 deputados federais pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a denúncia de que teria havido falsificação da assinatura do deputado Vinicius Gurgel (PR-AP) na carta em que ele renunciou, no dia 1º de março, à sua vaga no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. De acordo com uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, dois laudos grafotécnicos indicariam a falsificação. Um laudo, do Instituto Del Picchia, indicou "inequívocos índices primários das falsificações gráficas". O outro foi assinado pelo perito Orlando Garcia, que atestou "falsificação grosseira".

O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), disse que os laudos encomendados pelo jornal foram anexados ao pedido de investigação. "A Procuradoria tem recursos e deve pedir uma nova perícia para indiciar ou não o deputado, porque falsificação de documento e de assinaturas configura crime no Código Penal", afirmou Valente. Os pernambucanos Betinho Gomes (PSDB) e Tadeu ALencar também assinaram a representação encaminhada a PGR. 

A carta de renúncia de Gurgel foi apresentada na noite em que o Conselho de Ética decidiu, por 11 votos a 10, dar continuidade ao processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

Gurgel afirma que a assinatura de fato é sua e nega qualquer falsificação. Durante a última reunião do Conselho, na última quarta-feira (9), o deputado Vinicius Gurgel explicou que a carta de renúncia já estava assinada em seu gabinete. Como ele estava fora de Brasília no dia 1º, pediu ao líder do seu partido, deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), que a entregasse ao Conselho de Ética. Ele garantiu que assinou o documento de próprio punho.

"Tomo remédio controlado e acabei não assinando da maneira que costumo assinar. Estou afirmando. Agora, se alguém quiser duvidar, as instituições estão aí para isso. Eu não cometi nenhum ato irregular. A assinatura é minha", afirmou Gurgel.

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