Mulheres comparam impeachment a 'estupro político’

Reunidas em ato pela democracia no Palácio do Planalto, representantes femininas de movimentos sociais e sindicais se solidarizaram com a presidente Dilma Rousseff e se colocaram contra o impeachment

por Giselly Santos qui, 07/04/2016 - 13:00

Um dia após o relator da comissão especial do impeachment apresentar o parecer favorável à saída da presidente Dilma Rousseff (PT), representantes femininas de movimentos sociais e sindicais se reuniram no Palácio do Planalto em um ato em apoio à petista. No evento, intitulado Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia, as mulheres repreenderam a agenda do legislativo, condenaram o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) e pontuaram que se depender delas, Dilma finaliza seu mandato apenas em 2018. 

Ao som de palavras de ordem como “o meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher”, “não vai ter golpe, vai ter luta” e “Dilma fica, Cunha sai”, integrantes da Marcha das Margaridas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Marcha Mundial da Mulheres, da Marcha das Mulheres Negras, da Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas (Fenatraf), e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) discursaram.

Representante do Partido Comunista, Márcia Tiburi, comparou, o que ela chamou de investidas contra Dilma, com atentados de violência moral e sexual contra as mulheres. Para ela, Dilma sofre um ‘estupro político’. “O que se faz com a presidenta Dilma nesse momento é do mesmo nível da violência sempre sofrida pelas mulheres”, argumentou.

Presidente do Conselho Nacional da Paz, Socorro Gomes Coelho também saiu em defesa da petista. “O egoísmo da elite brasileira parece perene e Dilma tem mostrado dignidade, sem baixar a cabeça. Dilma tem demonstrado grande coerência e responsabilidade defendendo valores mais preciosos da sociedade: tolerância e o respeito”, cravou.

"Queremos repudiar atos e manifestações que atentam contra cada uma de nós. Dilma, nós, mulheres, envergamos juntas, mas não quebramos. Nós estamos sempre na rua em defesa da democracia. Não admitiremos que desmontem os instrumentos de luta!", corroborou Alessanda Lunas, da Marcha das Margaridas.

Durante o evento, o deputado federal Jair Bolsonaro passou no hall do Palácio do Planalto, o que agitou as presentes. Em coro elas gritavam “fora Bolsonaro” e “facistas não passarão”. No fim do ato, as representantes entregaram manifestos das mulheres em Defesa do Direito da Democracia. 

Desde que a comissão especial do impeachment foi reistalada na Câmara dos Deputados, Dilma tem recebido apoios em atos organizados no Palácio do Planalto. Ela já se reuniu com juristas, intelectuais, artistas e movimentos sociais.

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