Doria perdeu para abstenções, brancos e nulos

Mesmo vencendo no primeiro turno, fato até então inédito na capital paulista, o candidato tucano João Doria teve menos votos (3.085.187) do que a soma de brancos, nulos e abstenções (3.096.304). A diferença foi de 11.117 votos

por Wagner Silva seg, 03/10/2016 - 15:47

A cidade de São Paulo conta com quase 9 milhões de eleitores. Na eleição realizada neste domingo (2), mais de um terço do eleitorado não participou da escolha de João Doria Jr. (PSDB) para a prefeitura da maior capital do país. O número de abstenções, somado ao de votos brancos e nulos (que não são considerados válidos conforme a constituição de 1988) contabilizou 34,84% dos eleitores da cidade. Doria teve 34,72%.

Fernando Haddad (PT), atual prefeito, teve 16,70% dos votos válidos. Indicado pelas pesquisas pré-eleição com o maior índice de rejeição entre os candidatos, Haddad teve um leve crescimento na última semana antes da eleição, mas não foi suficiente para alcançar um segundo turno. Celso Russomano (PRB), que iniciou a campanha liderando as pesquisas, obteve 13,64%, sendo ultrapassado por Doria e Haddad. Marta Suplicy (PMDB) registrou 10,14% nas urnas e conseguiu vencer em duas regiões: Parelheiros e Grajaú, ambas no extremo sul do município. Luiza Erundina (PSOL), que também já foi prefeita da cidade no início dos anos 90, teve 3,18% dos votos, ficando atrás até do vereador Eduardo Suplicy (PT), eleito com quase o dobro de votos.

Entre os vereadores, 22 dos 55 eleitos são novos no cargo, os demais se reelegeram. Alguns nomes tradicionais e de peso como Wadih Mutran (PDT), Nabil Bonduki (PT) e Jamil Murad (PCdoB), ficaram de fora após longos mandatos. Eduardo Suplicy teve mais de 300 mil votos, mais que o dobro do candidato mais votado em 2012, Roberto Tripoli (PV), com pouco mais de 132 mil votos, três eleitos são novos na política: Fernando Holiday (DEM) – líder do Movimento Brasil Livre, que concentrou a campanha em redes sociais; Janaina Lima (NOVO) – integrante do Vem Pra Rua, movimento que pedia o impeachment de Dilma Roussef; e Sâmia Bomfim (PSOL) – primeira vereadora eleita pela legenda em São Paulo e participante ativa de manifestações do Movimento Passe Livre e grupos ativistas femininos.

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