Ala do PMDB quer afastar dirigentes citados na Lava Jato

Caso ganhe fôlego, a iniciativa atingiria diretamente o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá

por Giselly Santos qua, 01/03/2017 - 09:02
Antonio Cruz/ABr Jucá teria recebido R$ 10 milhões para ajudar a Odebrecht em projetos de lei e medidas provisórias em tramitação no Congresso Antonio Cruz/ABr

Um grupo de deputados federais do PMDB quer afastar os dirigentes do partido citados na Operação Lava Jato. A ala, liderada pelo deputado Carlos Marun (MS), está em busca de apoios internos para endossar a tese e lançar um movimento da legenda visando o afastamento de políticos atingidos pelo escândalo de corrupção. 

“Não podemos passar a campanha de 2018 inteira nos defendendo da Lava Jato. A direção precisa estar isenta para não contaminar o partido”, disse Marun ao jornal Folha de São Paulo. O líder do movimento, inclusive, é um dos parlamentares que capitaneou a tropa de choque em defesa do ex-deputado Eduardo Cunha na Câmara Federal. 

Caso ganhe fôlego, a medida atingiria diretamente a cúpula nacional do PMDB. O presidente da sigla, senador Romero Jucá, também seria afastado. Ele é mencionado na delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho. 

Segundo Cláudio, Jucá teria recebido R$ 10 milhões para ajudar a construtora em projetos de lei e medidas provisórias em tramitação no Congresso. Na época em que o depoimento foi divulgado, o senador negou a acusação. Romero Jucá é ainda o aliado do presidente Michel Temer (PMDB) e em conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, falou da necessidade de afastar a ex-presidente Dilma Rousseff do poder para que o PMDB pudesse “estancar a sangria” causada pela Lava Jato. 

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