Vereadora pede liberdade de crença na Câmara do Recife

Michele Collins (PP) prometeu recorrer à decisão do MPPE de proibir manifestações religiosas dentro da Casa Legislativa

por Eduarda Esteves seg, 24/04/2017 - 11:20
Divulgação Vereadora que compõe a bancada evangélica na Câmara diz que as pessoas têm o direito de praticar sua fé Divulgação

Após uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que não sejam realizados encontros religiosos no interior da Câmara dos Vereadores do Recife, a vereadora Michele Collins (PP) prometeu que vai recorrer à decisão. A parlamentar irá apresentar um requerimento direcionado ao Procurador Geral da Justiça no Estado, nesta segunda-feira (24), solicitando a realização de uma audiência pública nas instalações do MPPE para debater a liberdade de crença.

A decisão do promotor de Justiça Eduardo Luiz Cajueiro sobre a Casa José Mariano foi publicada no Diário Oficial do último dia 20. Segundo a Constituição Federal, o Brasil é um estado laico e não possui uma religião oficial. O autor da recomendação do MPPE, estabeleceu o prazo de 20 dias para que o presidente da Câmara, Eduardo Marques (PSB), informe a procuradoria as providências que estão sendo tomadas para cumprir a decisão.

A vereadora que compõe a bancada evangélica da Câmara diz que as pessoas têm o direito de praticar sua fé em qualquer lugar. "Acredito e respeito o trabalho do Ministério Público e exatamente por isso que precisamos abrir o debate quanto à intolerância religiosa. Mesmo o Estado sendo laico", declarou. 

Michele acrescenta ainda que vários locais públicos espalhados pelo Brasil (escolas, repartições, fóruns, entre outros) realizam cultos e manifestações religiosas, inclusive no próprio judiciário.

A vereadora já deu início à captação de assinaturas para que possa submeter o pleito ao plenário da Câmara o mais breve possível. “Conto com o apoio e  competência do Ministério Público para que possamos chegar num denominador comum nessa questão da liberdade de crença. Esse assunto precisa ser discutido até como uma medida preventiva”, enfatizou. 

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