Moro pede para Sérgio Cabral não brincar de “vaca amarela”

O juiz federal se referia a uma brincadeira na qual vence quem fica mais tempo em silêncio. O ex-governador do Rio de Janeiro está preso há mais de cinco meses

por Taciana Carvalho sab, 29/04/2017 - 13:35
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Fotos Públicas De acordo com as investigações, Cabral chefiava um esquema de corrupção que fraudou licitações em grandes obras no estado Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Fotos Públicas

Em depoimento a Sérgio Moro, em meio às investigações da Operação Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral não respondeu às perguntas do juiz federal e da promotoria cumprindo a orientação de sua defesa. Cabral, que apenas sorriu em alguns momentos, foi alertado por Moro que deveria dizer em voz alta que sua postura seria a de não responder. “Não é para brincar de vaca amarela”, disse o magistrado se referindo a brincadeira na qual vence quem ficar mais tempo em silêncio.

Durante o depoimento, segundo o que foi publicado pelo O Globo, Cabral foi mais discreto e preferiu usar um tom de voz mais baixo. Ainda segundo o periódico, o ex-governador apareceu mais calvo, muito mais magro e com o cabelo grisalho. Ele também teria utilizado uma roupa simples: camisa branca e terno preto com tecido sobrando. 

Em uma das poucas falas, Cabral declarou que estava “indignado” com o envolvimento de sua esposa, Adriana Ancelmo, no processo. 

Em janeiro deste ano, a Polícia Federal chegou a dizer que o patrimônio ilícito de Sérgio Cabral “é um oceano”. “O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado”, revelou na época o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas. 

Cabral é alvo de sete denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Calicute, um desdobamento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Preso desde 17 de novembro do ano passado, no Complexo Prisional de Bangu, é acusado de receber propina em obras realizadas pelo governo do estado. 

De acordo com as investigações, Cabral chefiava um esquema de corrupção que fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais, lavou dinheiro e cobrou propina de construtoras.

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