Bolsonaro diz que “se for missão de Deus” será candidato

O deputado, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, garantiu que não é “homofóbico, racista e machista” como lhe atribuem seus opositores

por Taciana Carvalho ter, 30/05/2017 - 17:30
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) desembarcou, no Recife, nesta terça-feira (30), para participar do velório de Sebastião Tomaz de Aquino, um sobrevivente do atentado no Aeroporto Internacional dos Guararapes em 1966. O polêmico parlamentar, desta vez, um pouco mais contido, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, falou sobre sua candidatura à presidência da República. “Se essa for a missão de Deus, eu estou me preparando para enfrentar esse desafio”, afirmou. 

Bolsonaro também se defendeu das críticas dos opositores que o definem como “homofóbico, racista e machista”. “Porque homofóbico? Porque eu sou contra ao material escolar conhecido como kit gay? Qual o pai quer que o filho aprenda na escola ou tenha acesso a filme de duas meninas se beijando ou dois homens se acariciando a partir de seis anos de idade? No meu entender está servindo apenas a uma coisa: você estimula precocemente a criancinha para a vida sexual. Não é isso que um pai quer. Eu duvido que um pai queira isso. Como os ativistas e os homossexuais, uma minoria dos que tem esse comportamento ou nasceram assim, não tiveram como me derrotar nesse embate junto à família brasileira partiram para o lado que eu sou homofóbico”, disparou. 

“O que mais? Racista? Eu sou contra cotas. Qual a diferença de um nordestino, por exemplo, e de um afrodescendente exercendo uma mesma profissão no Rio de Janeiro. Porque o filho o afrodescendente que tirou nota seis entra na faculdade e o filho do nordestino tira nove e não entra por questão de cor de pele? Isso está errado. Nós somos um só povo e poderíamos fazer uma análise indígena. Porque tanta proteção ao índio, se o índio na Bolívia pode ser presidente e o nosso tem que continuar sendo animal de zoológico? Não devemos integrá-lo à sociedade? Fazer com que ele se beneficie dos bens da ciência?”, questionou. 

Jair também falou que as “políticas que dizem defender a minoria”, segundo ele, escravizam as minorias. “É a mesma coisa que o quilombola. Fui para ver como é. No que eu fui, pelo menos, tem um cara que manda lá. É uma casa de senzala dentro dos quilombolas”. 

Ele ainda afirmou que a mulher e o homem devem ter as mesmas oportunidades, caso tenham as mesmas competências. 

“Que mais me acusam? De misógino. De não gostar de mulher? Se eu não gosto de mulher, então eu sou gay. Pronto. Só posso pensar isso aí. O que é ser machista? Me acusam aí que defendi que mulher ganhe menos do que homem. Me aponte um áudio e um vídeo nesse sentido? Inventaram. Me perguntaram numa entrevista porque uma mulher ganha menos do que um homem, e eu falei [que era] segundo a visão dos empresários e pesquisas do IBGE e botaram na minha conta. Era um jornal chapa branca, quem mandava era o Tarso Genro e eu tenho que me explicar em tudo que é lugar. Para mim a mulher não tem diferença do homem. Tem competência vai ganhar mais. Não tem, ganha menos”, explicou.

Atentado - Faleceu nesta segunda-feira (29) o ex-jogador do Santa Cruz Sebastião Tomaz de Aquino, conhecido como "Paraíba, o Canhão do Arruda". Além de jogador, ele também era Guarda Civil e foi um dos sobreviventes do atentado ocorrido em 25 de julho de 1966, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, na época da Ditadura Militar. 

O alvo do atentado era o  marechal Artur Costa e Silva, que se preparava para suceder o presidente Castelo Branco, e era aguardado para desembarcar no Recife nesta data. A bomba explodiu, tirando a vida de duas pessoas e ferindo outras 14. A autoria do atentado foi atribuída a um grupo revolucionário contrário à Ditadura. Mas até hoje ainda pairam dúvidas sobre a verdadeira história do episódio.

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