Mesmo da oposição, Edilson não quer a Força Nacional em PE

Para o deputado estadual, a problemática da segurança em Pernambuco não é falta de efetivo, mas de gestão

por Giselly Santos sex, 22/09/2017 - 12:31

Apesar de compor a bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) se colocou contrário ao pedido do colegiado para que o governador Paulo Câmara (PSB) solicite o envio da Força Nacional de Segurança para ajudar na redução do índice de violência no estado. A solicitação da oposição foi protocolada na última quarta-feira (20). Para Edilson, a problemática da segurança em Pernambuco não é falta de efetivo, mas de gestão. 

“O problema central da segurança em Pernambuco é a falta de gestão democrática da política de segurança pública, que contribui para a desmobilização do efetivo policial existente e na não efetivação dos eixos do Pacto pela Vida”, salientou. “A Força Nacional de Segurança poderia ser empregada com eficácia e justificativa para uma questão eventual, em que o efetivo regular do Estado fosse flagrantemente insuficiente. Convocar a Força sem esta justificativa é reduzir a questão a um problema meramente de quantitativo de policiais e reduzir também a uma questão meramente policial”, acrescentou.

Sob a ótica de Edilson, a “oposição que faz na Alepe vem exigindo, junto com a sociedade civil, através do Fórum Popular de Segurança Pública, que o governo Paulo Câmara convoque a Conferência Estadual de Segurança Pública e estabeleça um mutirão da sociedade e do Estado para reconstruir uma política pública de Segurança, que garanta políticas de prevenção social da criminalidade, de controle social efetivo sobre a política de segurança e seus agentes e em todo o sistema de justiça criminal”. 

O parlamentar oposicionista não foi o único a criticar a solicitação da medida. O governador Paulo Câmara, classificou a investida como “eleitoreira”. “Eles querem eleitorizar o debate. Um debate que o povo pernambucano não quer. O que a população quer é policiais nas ruas e essa resposta estamos dando”, salientou. 

Aliados do governador reforçaram a tese, avaliando a iniciativa como uma medida “sem consistência” e “eleitoreira”. Para o deputado Aluísio Lessa (PSB) , a proposta de convocar tropas externas “mostra que algumas pessoas estão adiantando demais a discussão sobre uma eleição que vai ocorrer daqui a mais de um ano”. Waldemar Borges (PSB) registrou que “pedir a Força Nacional é uma ‘pirotecnia’ que apenas reflete a falta de consistência nas propostas da Oposição para enfrentar o problema”.

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