Presidente de Câmara é indiciado por falsidade ideológica

De acordo com a Polícia Civil, o vereador Denis Alves (Podemos) seria sócio de empresas fantasmas e titular de documentos falsos

por Giselly Santos sex, 06/10/2017 - 11:06 Atualizado em: sex, 06/10/2017 - 13:48

O presidente da Câmara dos Vereadores de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Denis Alves (Podemos) foi indiciado por falsidade ideológica e uso de documentos falsos. A Polícia Civil de Pernambuco apresentou detalhes sobre o inquérito durante uma coletiva de imprensa no fim da manhã desta sexta-feira (6). 

Alves estava afastado do comando da Casa até o último dia 28, após denúncias feitas pelo suplente de vereador Maurício Carneiro da Silva (PHS), mais conhecido como Thoga. A mesma denúncia foi apresentada pelos vereadores Fábio Miranda e Valdemar dos Santos para a Polícia Civil. De acordo com a queixa, o presidente da Câmara, que também é empresário do setor de medicamentos e materiais hospitalares, seria o titular e sócio de duas empresas do segmento, todas localizadas no mesmo endereço e elas estariam sendo contratadas para prestar serviços ao próprio legislativo municipal. 

Ainda segundo a denúncia, Denis Alves seria titular de documentos falsos (CPFs e RGs), com o mesmo nome ou nomes parecidos, que constam na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) nos registros das empresas que ele seria sócio. De acordo com a polícia, uma nova denúncia, com uma terceira empresa, também foi apresentada pelo líder da oposição na Casa, vereador Antônio Barros (PSB). Em recente conversa com o LeiaJá, Barros disse que foram contabilizados os registros de três CPFs falsos do presidente.

De acordo com o delegado Ricardo Silveira, titular da delegacia de São Lourenço da Mata, as investigações iniciaram em agosto e a polícia localizou, a partir de informações da Jucepe, documentos que endossaram os indícios e fizeram com que o inquérito fosse instaurado. Além de Denis Alves, o seu assessor Antônio Castro Pereira também é investigado pelos mesmos crimes.

“Tanto ele como o seu assessor Antônio de Castro Pereira estariam constituindo sociedades, fazendo uso nome documentos falsos. Eles faziam contrato com empresas particulares e possivelmente o Poder público, o que poderia beneficiá-los de alguma maneira”, salientou o delegado.

 

As empresas em questão são: Medison Denis Material Hospitalar Eireli ME, Medical Vision - Material Médicos LTDA-ME e Rdmed Materiais Hospitalares e Odontológicos LTDA. 

A polícia informou que pedirá a prisão preventiva do assessor que, segundo informações, encontra-se viajando, mas pode ter fugido. Já quanto Denis, o delegado disse que "não entende ser necessário". Também estão sendo investigados outras suspeitas contra o presidente da Câmara, inclusive de contratos fraudulentos para o legislativo municipal.

Denis Alves retomou as atividades parlamentares na mesma semana em que o prefeito da cidade, Bruno Pereira (PTB), foi afastado do cargo por suspeita de desvio de verbas e fraudes nos processos licitatórios. O petebista nega as acusações e diz ser vítima de um golpe de um vereador

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