Priscila Krause questiona conta de água da Arena de PE

De acordo com a deputada estadual, a fatura é o dobro do somatório das contas de água do estádio de janeiro a março deste ano

por Giselly Santos ter, 22/05/2018 - 08:32
Roberto Soares/Alepe Priscila quer explicações sobre o valor da conta Roberto Soares/Alepe

Há quem diga que a Copa do Mundo em 2014 trouxe prejuízos para os cofres públicos, principalmente pela manutenção posterior dos equipamentos construídos para o mundial. Em Pernambuco, segundo uma averiguação feita pela deputada estadual Priscila Krause (DEM), o governo terá que pagar, apenas este mês, uma conta de água no valor de R$ 1,2 milhão referente ao consumo do mês de abril da Arena de Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

A fatura foi questionada pela parlamentar durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa (Alepe) dessa segunda-feira (21). Priscila pediu que a Controladoria Geral do Estado tomasse providências sobre o resultado da despesa do estádio que, de acordo com uma comparação feita pela democrata, equivale ao consumo de água mensal de uma cidade com 40 mil habitantes, como é o caso de Toritama, no Agreste. O equipamento é de responsabilidade da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur).

“Há algo de muito errado. Ou o Governo resolve isso ou assina o atestado de incompetência”, afirmou. Segundo a parlamentar, que analisou as despesas do Poder Executivo com o estádio, até o ano passado as contas eram, em média, na faixa de R$ 40 mil por mês. Priscila Krause mencionou também que os valores pagos nos três primeiros meses deste ano superaram a média de 2017. De acordo com os dados a que teve acesso, em janeiro foram gastos R$ 110 mil; em fevereiro, R$ 76 mil; e em março, R$ 459 mil.

“Em março esse valor já pulou para R$ 459 mil, que já é um gasto comparado a três meses do consumo de um hospital como o das Clínicas, que tipicamente é um serviço com alto consumo de água todos os dias. Agora em abril a conta veio acima de um milhão e é por isso que estamos solicitando urgentemente à Controladoria do Estado para apurar o que está acontecendo, que reflete diretamente nas contas estaduais e na questão do abastecimento, porque pode estar havendo um desperdício de grave prejuízo em contraponto à escassez de água”, completou a deputada. 

Além de comparar o gasto com meses anteriores da própria Arena de Pernambuco, a deputada estadual consultou o consumo de outros espaços esportivos. Na Arena Corinthians, em São Paulo, ela constatou que a conta do mês de abril foi de R$ 71,9 mil. Na ocasião, o estádio teve 2,4 milhões de consumo de água e 2,4 milhões de esgoto. 

Priscila também relembrou que desde a época da sua construção, o governo anunciava que o estádio contaria com modernas instalações sustentáveis que incluiria reutilização de água. Informações divulgadas à imprensa pela própria Arena, após a Copa do Mundo de 2014, davam conta da reutilização de 2,2 milhões de litros de água por mês, resquícios da chuva e da manutenção do gramado. A irrigação do campo e a água utilizada em descargas e mictórios, por exemplo, não seriam abastecidas pela Compesa. As pias dos banheiros e a parte de preparação de alimentos, abastecidas pela Companhia, consumiriam 600 mil litros de água por mês.

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