'Pacto Pela Vida é mais marketing do que segurança'

Afirmação é do presidente da Associação dos Delegados de Polícia Pernambuco (ADEPPE), Francisco Rodrigues. Ele também afirmou que busca por números anuais pressiona negativamente os delegados

por Giselly Santos sab, 15/09/2018 - 15:41
Giselly Santos/LeiaJáImagens/Arquivo Francisco pregou mais diálogo entre delegados e a gestão do Pacto Giselly Santos/LeiaJáImagens/Arquivo

A segurança pública tem sido um assunto recorrente na campanha pelo Governo de Pernambuco neste ano. Enquanto o governador Paulo Câmara (PSB) comemora a redução dos índices de violência, Armando Monteiro (PTB) tem feito duras críticas ao atual modelo e falado em repactuação do programa. A Associação dos Delegados de Polícia Pernambuco (ADEPPE) também tem reforçado essa discussão, com o início do debate com os postulantes. O presidente da instituição, delegado Francisco Rodrigues, acredita que o Pacto deixou de ser uma iniciativa de segurança pública para ser uma espécie de “marketing” do governo. 

“O Pacto Pela Vida foi criado em 2007 por Eduardo Campos, ao nosso ver uma ideia brilhante, que nada mais é do que o monitoramento da criminalidade no Estado e isso é muito importante porque não se sabia quantas mortes havia em Pernambuco, mas o problema é que as vezes a gente tem a impressão de que o Pacto Pela Vida deixou de ser um programa de segurança para ser um programa de marketing, mais de marketing do que de segurança”, criticou Francisco, ao receber Armando e sua chapa para um debate nessa sexta-feira (14), na ADEPPE.

Segundo Francisco, falta diálogo com os delegados na gestão do Pacto que, segundo ele, interessa-se apenas nos números deste ano e esquece, por exemplo, que muitos profissionais estão com casos de crimes do ano passado para resolucionar. 

“A preocupação focada muito nos números que o Pacto revela. Recentemente veio um dado sobre a essa questão da resolubilidade, por conta da divulgação dos números, os homicídios do ano passado acabam ficando em segundo plano. A cobrança acaba se voltando para os números de 2018 e isso é ruim para as famílias que estão aguardando respostas sobre os homicídios. As vezes os próprios delegados tem importantes informações sobre aqueles crimes, mas a cobrança para resolver o agora acaba dificultando a solução do crime do passado”, observou o presidente da associação dos delegados. 

O presidente da ADEPPE ainda ressaltou que acredita na necessidade do Pacto ser aperfeiçoado para que produza mais resultados. 

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