MPF abre nova investigação contra Paulo Guedes

Considerado guru econômico da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes é suspeito "crimes de gestão temerária ou fraudulenta" em fundos de pensão estatais

sex, 26/10/2018 - 13:17
Fernando Frazão/Agência Brasil Defesa de Guedes relatou que argumentos para investigação são frágeis Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério Público Federal no Distrito Federal abriu uma nova investigação contra o economista Paulo Guedes, considerado guru econômico da campanha de Jair Bolsonaro (PSL). A informação é do jornal O Globo. De acordo com a reportagem, a apuração foi instaurada nessa quinta-feira (25), a quatro dias do segundo turno. Guedes já foi confirmado por Bolsonaro como ministro da Economia em um eventual governo dele.

O jornal diz que a suspeita é que Paulo Guedes tenha conquistado “benefícios econômicos” a partir de possíveis "crimes de gestão temerária ou fraudulenta" de investimentos advindos de fundos de pensão. A investigação aberta pelo MPF-DF pede que o economista seja intimado para prestar depoimento no dia 6 de novembro, em Brasília. O órgão apura se Guedes deixou prejuízos milionários em estatais ao aplicar o dinheiro captado dos fundos de pensão de forma irregular.

Os investigadores apuram operações relacionadas a cinco fundos de pensão. Os principais são a Funcef, dos servidores da Caixa Econômica Federal; a Petros, de servidores da Petrobras; e a Previ, dos servidores do Banco do Brasil.

Em 2 de outubro, uma reportagem da Folha de São Paulo apontava que o MPF já havia aberto uma investigação para apurar o caso. De acordo com matéria, a suspeita é de que Guedes esteve associado a executivos ligados ao PT e ao MDB e em seis anos ele teria captado ao menos R$ 1 bilhão dessas entidades.

A defesa do economista disse ao Globo que os investimentos geridos por ele proporcionaram lucros aos fundos de pensão “de mais de 50% do valor investido” e que Guedes não tinha “poder de deliberação” sobre os investimentos. Os advogados do guru econômico de Bolsonaro relataram ainda “perplexidade” com a instauração dessa investigação a poucas horas da eleição e pontuaram que os argumentos para a investigação são frágeis.

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