Futuro ministro diz que Bolsonaro poderá ver o Enem antes

Ricardo Vélez Rodríguez também defendeu que o Enem seja preparado por profissionais isentos e criticou a reforma do ensino médio

por Giselly Santos ter, 27/11/2018 - 13:09
Reprodução/Facebook Futuro ministro disse que ensino médio deve preparar o aluno para o mercado de trabalho sem universidade Reprodução/Facebook

Futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez afirmou que vai permitir o acesso às questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), antes da aplicação da prova, ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) caso seja solicitado.

“Se o presidente se interessar, ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas”, disse Vélez, em um encontro em uma faculdade de Londrina, onde leciona.

Logo depois da primeira etapa do Enem deste ano, Bolsonaro questionou uma pergunta do teste que se referia a um dialeto gay, disse que pretendia averiguar a prova antes dela ser aplicada e prometeu mudanças para o exame a partir de 2019.  

Ricardo Vélez Rodríguez também defendeu que o Enem seja preparado por profissionais isentos. “Precisamos preparar a prova com muito carinho, para que não se torne um veículo de disseminação de determinadas posições ideológicas ou doutrinárias”, frisou. “Tem que ser uma prova que avalie os conhecimentos e que não obrigue o aluno a assumir determinada posição com medo de levar pau”, acrescentou.

O próximo responsável pela Educação no país ainda criticou a reforma do Ensino Médio, protagonizada pelo ex-responsável pela pasta e deputado federal Mendonça Filho (DEM). “Em princípio, foi bem encaminhada, mas ficou incompleta. O aluno tem que sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta”, observou.

“O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimentos e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade”, completou Vélez.

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