PF apura desvios no Ministério do Turismo e Sistema S

A investigação acontece em Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Distrito Federal

por Pedro Bezerra Souza ter, 19/02/2019 - 08:28
Agência Brasil/Arquivo A ação conta com 213 policiais federais e oito auditores do TCU Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal em Pernambuco, com a colaboração do Tribunal de Contas da União, deflagrou na manhã desta terça-feira (19) a Operação Fantoche, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

De acordo com a apuração da investigação, um grupo de empresas, sob o controle de um mesmo núcleo familiar, atua de forma contínua executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades paraestatais do chamado sistema S - que envolve o Sesc, Senac e Senai. As informações dão conta de que o grupo atua desde 2002.

A atuação utilizada é sempre similar e consiste na utilização de entidades de direito privado sem fins lucrativos, na intenção de justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério convenente e unidades do sistema S. Esses contratos, em sua maioria, são voltados à execução de eventos culturais e de publicidade.

Os contratos são superfaturados e/ou com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada. A investigação estima que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões, decorrentes desses contratos.

A ação é desempenhada com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) e conta, ao todo, com 213 policiais federais e oito auditores do TCU, que estão cumprindo 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária nos Estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Alagoas, além do Distrito Federal.

Essas medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.

 

COMENTÁRIOS dos leitores