Processo de impeachment será aberto em Camaragibe

A votação inicialmente terminou empatada e a abertura do processo havia sido rejeitada, mas o denunciante, de acordo com jurídico da Casa, teve direito ao voto e a denúncia foi acatada

por Giselly Santos ter, 26/02/2019 - 12:33 Atualizado em: ter, 26/02/2019 - 14:40
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Jurídico da Câmara foi decisivo para a aceitação da denúncia Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Em uma sessão acalorada e com uma reviravolta, a Câmara dos Vereadores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), aceitou, nesta terça-feira (26), a denúncia que pedia a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito da cidade, Demóstenes Meira (PTB). A votação inicialmente terminou empatada e a denúncia havia sido rejeitada, mas o denunciante, de acordo com uma brecha na legislação encontrada pelo jurídico da Casa, passou a ter direito ao voto e a denúncia foi acatada.

No primeiro momento, quatro vereadores votaram a favor da denúncia, quatro contra e quatro se abstiveram. E o empate havia resultado na rejeição, mas o presidente da Câmara, Antônio Oliveira (PTB), que não votou em primeira instância e era o proponente da denúncia consultou o departamento jurídico, que baseado em uma brecha na lei autorizou o voto. A autorização causou euforia entre os presentes que entoaram gritos constantes de "fora Meira", uma vez que o voto autorizaria o prosseguimento. "Mostrando que Camaragibe tem moral e independência, voto sim", declarou Antônio ao votar.

Durante a votação, populares que acompanhavam o pronunciamento dos vereadores chamaram os que se posicionavam contra de "omissos", "covardes" e "ladrões". Se posicionaram contra a abertura do processo os vereadores Antônio Carlos Tomé, Eugênio Victorino, Hélio Albino e Manoel Rodrigues. Já os que se abstiveram foram Adriano Tabatinga, Paulo André, Renê Cabral e Severino Gomes.  

Além de Toninho, como é conhecido o presidente, votaram a favor Délio Júnior, José Roberto, Leandro Lima e Lindomar Santos.

  

O prefeito Demóstenes Meira ficou conhecido no país por ter exigido que os servidores de cargo em comissão participassem de um bloco da cidade no último dia 17, onde a secretária de Assistência Social, Taty Dantas, que é noiva dele, faria um show.

Após isso, Meira passou a ser investigado criminalmente pelo Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. E o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval.

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