'Vaza Jato': Glenn Greenwald falará na CCJ do Senado

Reunião com o jornalista está marcada para a próxima quinta-feira (11)

seg, 08/07/2019 - 12:37
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado vai receber na próxima quinta-feira (11) o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil.  Greenwald será sabatinado pelos senadores sobre os vazamentos de supostas conversas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

O convite ao jornalista partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sob alegação de que o conteúdo revelado "traz enorme preocupação no que diz respeito a uma possível interferência em processos, na contramão do princípio da imparcialidade, que deve balizar a conduta de membro do Ministério Público e do Poder Judiciário".

Segundo Randolfe, o jornalista vem sofrendo publicamente ataques de setores do governo, inclusive do ministro Sérgio Moro, que vem questionando a veracidade dos diálogos.

"Logo, a presença do autor dessas impactantes reportagens  a esta comissão é fundamental para o esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme repercussão no país. É a oportunidade para que ele traga as explicações que considera necessárias à sociedade brasileira", alegou Randolfe em seu requerimento.

Glenn Greenwald já esteve na Câmara dos Deputados, onde defendeu a liberdade de imprensa e a transparência e reafirmou a autenticidade das conversas vazadas. 

 As mensagens estão sendo divulgadas pelo site The Intercept desde o dia 9 de junho. O periódico diz ter tido acesso à trocas de mensagens privadas com gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais a partir de uma fonte confiável. 

As últimas revelações aconteceram nesse domingo (7) com conversas que apontam que os procuradores da Lava Jato e Moro tentaram intervir na gestão da Venezuela. As mensagens apontam que intenção deles era de vazar informações de uma delação da Odebrecht, que estava sob segredo de justiça na época, para a oposição do governo de Nicolás Maduro. As conversas, segundo a reportagem, ocorreram em agosto de 2017. 

Já na última sexta (5), através da revista Veja, foram expostas articulações que sugerem que Moro teria orientado procuradores e retardado a inclusão de provas em casos investigados pela Lava Jato.  O conteúdo também apontou que o ministro foi contra o fechamento de um acordo de delação premiada entre o MPF e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB).

*Com informações da Agência Senado

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