Você acredita em Comissão da Verdade?, indaga Bolsonaro

Presidente afirmou, nesta terça-feira (30), que a documentação apresentada pela Comissão pontuando que Fernando Santa Cruz morreu, na época da ditadura militar, estando sob o poder do Estado é 'balela'

por Giselly Santos ter, 30/07/2019 - 10:49
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) questionou, nesta terça-feira (30), a legitimidade da Comissão Nacional da Verdade - que apurou os crimes cometidos durante a época da ditadura militar no Brasil. 

"Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma [Rousseff, ex-presidente]", disparou, durante uma entrevista em que ele titubeou ao responder os jornalistas.

A ponderação colocando em xeque a atuação do colegiado foi exposta ao ser indagado por jornalistas sobre o que endossava a afirmativa dada por ele nessa segunda (29) de que Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira teria sido vítima de militantes do grupo Ação Popular, do qual fazia parte, e não dos militares.

Depois de afirmar que se o filho de Fernando Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz, quisesse ele contaria a verdade sobre o desaparecimento do militante em fevereiro de 1974, o presidente gravou um vídeo contestando a versão apresentada pela Comissão da Verdade sobre o sumiço do pernambucano. 

Na manhã de hoje, Bolsonaro foi questionado se havia alguma documentação provando que  Fernando Santa Cruz não foi preso pelo DOI-Codi e, depois, morto. O presidente minimizou. “A questão de 64 que existem documentos de matou, não matou. É balela”, ironizou.

De acordo com documento expedido pela Aeronáutica, Fernando Santa Cruz morreu sob o poder do Estado. E um laudo de investigações feitas pela Comissão da Verdade apontou que o pai de Felipe Santa Cruz teve o corpo transportado, da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato criado pelos órgãos de governo durante o regime militar, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte fluminense, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao regime.

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