Queiroz se sente abandonado e mostra preocupação com o MP

Áudios do ex-assessor foram obtidos pela Folha de S. Paulo

seg, 28/10/2019 - 10:29
Reprodução/Instagram/Flávio Bolsonaro O ex-assessor é um dos principais alvos de investigação contra Flávio Bolsonaro Reprodução/Instagram/Flávio Bolsonaro

Em áudios revelados pelo jornal Folha de S. Paulo, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL), diz se sentir abandonado e mostra preocupação com as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). "Eu não vejo ninguém mover nada pra tentar me ajudar", diz Queiroz na gravação. Ouça os áudios.

 "O MP tá com uma p*** do tamanho de um cometa pra enterrar na gente e não vi ninguém agir", acrescenta Queiroz. O ex-assessor é um dos principais alvos de investigação contra Flávio Bolsonaro. Ele é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa no gabinete de Flávio quando este era deputado estadual no Rio. 

 Fabrício Queiroz foi exonerado no fim de 2018 após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar movimentações financeiras suspeitas em sua conta no valor de R$ 1,2 milhão.

Na gravação, Fabrício também se oferece para blindar o presidente Jair Bolsonaro (PSL). "É isso que eu te falei, tá tudo ruim aqui no nosso Estado, tá tudo bagunçado, eu já sabia disso. Então cara, eu, politicamente, eu só posso ir pra partido, entendeu, cara? Aí trabalha isso aí com o chefe, aí, cara, passando essa ventania aí, fica eu e você de frente. Aí, pô, a gente nunca vamos trair o cara. Você sabe dele, sabe disso. A gente blinda, blinda legal essa p**** aí. Espertalhão não vai se criar com a gente." A reportagem da Folha diz que um dos áudios é de março deste ano.

 Em um dos trechos, o investigado diz que 'o cara lá tá hiper protegido'. De acordo com o jornal O Globo, ele se referia a Adélio Bispo, autor do atentado contra o Bolsonaro em setembro do último ano.

A Polícia Federal concluiu que Adélio agiu sozinho e tem problemas psiquiátricos. Ele está internado em um hospital por tempo indeterminado. Segundo O Globo, o ex-assessor também demonstra desejo em descobrir um suposto mandante para o atentado.

 Na quinta-feira, o jornal O Globo divulgou gravação em que Fabrício fala sobre cargos que poderiam ser ocupados no Congresso. "Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado... Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c***, caía bem pra c***. Não precisa vincular a um nome", comenta em gravação de abril.

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