Bolsonaro teria direcionado verba para sites de fake news

Planilhas da Secom indicam que governo federal investiu recursos para publicidade em, além de veículos de notícias falsas, portais voltados para jogos de azar

sab, 09/05/2020 - 14:09

Secom contrata Google para distribuir anúncios e recebe relatórios detalhados sobre a circulação do conteúdo. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Governo Bolsonaro destinou recursos para sites de fake news, jogos de azar, infantis e em canais do Youtube favoráveis ao presidente, para patrocinar peças publicitárias da reforma da previdência. É o que indicam as planilhas cedidas pela Secom após Controladoria Geral da União (CGU) à Folha de São Paulo, após pedido de acesso à informação feito pelo jornal.

A Secom contrata agências de publicidade, que se utilizam da plataforma Google AdSense para liberar espaço em sites, veículos de comunicação e canais no Youtube. Cabe ao anunciante escolher que tipo de público quer atingir, o tipo de site em que não deseja veicular seu conteúdo e as palavras-chave vetadas. A partir de então, o Google distribui o material para os sites que obedeçam ao perfil buscado pelo contratante.

A porcentagem retirada pelo Google do dinheiro pago pela Secom varia entre 20% e 40%, a depender de sua negociação com os sites. Ao final do processo, o anunciante recebe todas as informações sobre a veiculação do conteúdo, a exemplo de número de impressões e dos sites em que circulou.

Reação

Após a revelação das informações, o senador Alessandro Vieira (Cidadania), junto à bancada de seu partido, decidiram entrar com representação contra a Secom por improbidade administrativa. O grupo também convocará o secretário Fábio Wajngarten para prestar esclarecimentos.

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