Ministro é acusado de plágio em dissertação de mestrado

Carlos Decotelli está envolvido em mais uma polêmica após o reitor de universidade na Argentina negar o doutorado do ministro na instituição

sab, 27/06/2020 - 14:41
Reprodução Decotelli ainda não se posicionou sobre as acusações de plágio Reprodução

Após o reitor da Universidade Nacional de Rosário negar que Carlos Decotelli tenha obtido doutorado na instituição, o novo ministro da Educação está sendo acusado de plágio em sua dissertação de mestrado.

No Twitter, o professor Thomas Conti, do Insper, afirmou ter identificado longos trechos na dissertação de mestrado de Decotelli na FGV idênticos a um relatório do Banrisul para a Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

"Como são muitos trechos idênticos, busquei se ele poderia ter trabalhado na elaboração do relatório que consta na CVM. Mas aparentemente não. Segundo CV do Decotelli, ele foi professor no Banrisul de 2004 a 2005. O registro na CVM é de 13/02/2008 e não há menção a ele", diz o professor.

O site Copyleaks, que rastreia plágios, identificou que cerca de 12,6% das duas obras possuem textos correspondentes. O levantamento aponta que 11,9% são trechos idênticos, 0,6% apresenta alguma mudança e 0,1% tem conteúdo relacionado.

Outra página da dissertação tem partes copiadas de forma literal sem aspa e sem citação do artigo "A Abordagem Institucional na Administração", de Alexandre Rosa e Cláuda Coser, de 2004. Em comparação com o artigo, o Copyleaks aponta que 8,4% da dissertação tem trechos idênticos.

Sobre o doutorado, o Ministério da Educação contestou o reitor e destacou que o ministro concluiu em fevereiro de 2009 "todos os créditos do doutorado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina". O documento, entretanto, não compra a entrega de tese. Sobre as acusações de plágio, o ministro não se manifestou.

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