Vereadores decidem hoje se abrem impeachment de Crivella

Porém, oposição acredita que políticos da base faltarão à sessão

qui, 03/09/2020 - 08:40

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro decide nesta quinta-feira (3) se abre um processo de impeachment contra o prefeito, Marcelo Crivella (PRB-RJ), por conta das denúncias de pagamento de servidores públicos para irem a hospitais impedir críticas da população sobre a saúde para a imprensa.

A decisão da abertura do processo é por maioria simples, ou seja, se os 51 vereadores estiverem presentes, são necessários 26 votos a favor.

No entanto, o próprio autor do pedido, o vereador Átila Nunes (DEM-RJ), acredita que os políticos da base do prefeito não comparecerão em massa à sessão, provocando assim a falta de quórum para a votação.

As denúncias do caso chamado "Guardiões do Crivella" foram veiculadas pelo jornal "RJ2", da "TV Globo", que mostrou uma ação organizada para ir às portas dos hospitais da capital fluminense e impedir o trabalho de jornalistas.

Quando os repórteres entrevistavam alguma pessoa que teve problema, os contratados gritavam palavras contra a emissora carioca ou defendiam o presidente Jair Bolsonaro - aliado do prefeito. O trabalho e a "escala" eram organizados em grupos de WhatsApp, sendo que um número de celular atribuído ao prefeito estava nesses grupos.

Ao ser questionado sobre o caso, Crivella disse que as pessoas estavam lá para "orientar" os moradores. No entanto, conforme matéria veiculada pela "Globo" nesta quarta-feira (02), após a revelação, a maior parte dos servidores deixaram os grupos de WhatsApp.

Esse é o quarto processo de impeachment contra Crivella na Câmara, sendo que dois foram rejeitados anteriormente.

Além dessa ação, o caso dos "Guardiões" é investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A denúncia também é analisada na esfera criminal pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil e na eleitoral pela Promotoria do Rio.

Crivella é candidato à reeleição na disputa de novembro deste ano.

Da Ansa

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