Eduardo usa a 'Revolta da Vacina' para se opor à vacinação

Deputado federal Eduardo Bolsonaro perpetua visão negacionista ao diminuir a credibilidade da vacinação em massa

por Vitória Silva ter, 15/06/2021 - 14:04
Câmara dos Deputados Deputado federal Eduardo Bolsonaro em sessão na Câmara Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou às redes sociais para protagonizar mais um episódio de negacionismo científico, desta vez, resgatando a 'Revolta da Vacina' como um exemplo de vacinação em massa ou “vacinação compulsória”, nas suas palavras, que teria dado errado. As declarações foram feitas nesta terça-feira (15) através da conta do Twitter do filho do presidente Jair Bolsonaro, que já havia feito as mesmas comparações anteriormente.

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“As vacinas da COVID não seguiram os protocolos normais e reações adversas têm ocorrido. Excluir da sociedade quem não se sujeitar a tomá-la é, além de precipitado, contra a liberdade. Mesmo que eu esteja tendente a me vacinar não posso obrigar outros a fazê-lo”, escreveu primeiramente o deputado, iniciando fio de informações no Twitter.

E continuou: “Não posso me responsabilizar por essas reações adversas, a vacinação tem que ser uma decisão de cada um. Além disso, a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro no início do século XX já nos ensinou que obrigar uma vacinação não termina bem”.

A Revolta da Vacina, ocorrida em 1904 na cidade do Rio de Janeiro, foi um motim popular e negacionista, responsável por um surto de varíola que causou milhares de internações na capital carioca. As autoridades, à época sob gestão de Pereira Passos, precisaram coordenar uma corrida aos postos de vacinação para conter a doença e o número de mortos.

Por fim, o deputado insiste na decisão de cada um, sem levar em conta que até mesmo aqueles que tomaram a vacina podem transmitir o coronavírus: “Por fim, a vacina traz uma proteção individual. Ainda que outras pessoas não a tomem isso não interfere na imunização de quem tomou”, completou.

Essa foi pelo menos a segunda vez que o conservador negou a vacinação da população geral usando o exemplo da revolta no século passado. O revisionismo histórico do filho do chefe do Executivo também teve espaço na mesma rede social em setembro de 2020, quando Eduardo disse que o “não é o papai Estado que vai te impor decisões sobre sua vida (ao menos o Estado federal)”.

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