Estatais das Forças Armadas são excluídas de auditoria

Auditoria da CGU identificou pagamentos acima do teto salarial em estatais dependentes da União

sab, 25/09/2021 - 18:12
 Pedro França/Agência Senado Imbel e Amazul não foram analisadas na auditoria Pedro França/Agência Senado

Estatais do Exército e da Marinha, vinculadas ao Ministério da Defesa, foram excluídas de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou pagamentos acima do teto salarial em estatais que dependem da União, com prejuízos de R$ 44 milhões aos cofres públicos em cinco anos. As informações são da Folha de S.Paulo.

A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), vinculada ao Exército, não passou pela auditoria pois, segundo justificativa da CGU, conta com uma legislação específica sobre o controle dos gastos. Em nota, entretanto, a empresa declarou que é objeto de auditoria da CGU, do Tribunal de Contas da União (TCU) e de outros órgãos de controle. 

A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), ligada à Marinha, também não esteve no pente-fino. A CGU informou que cabe à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa fazer essa auditoria.

As duas estatais têm na presidência militares de alta patente, que acumulam remunerações das Forças a que pertencem e das empresas que dirigem. O presidente da Imbel, o general da reserva Aderico Visconte Pardi, ganha o valor bruto de R$ 49,9 mil. Já o presidente da Amazul, vice-almirante da reserva Antônio Carlos Guerreiro, recebe R$ 62,9 mil.

A auditoria da CGU verificou pagamentos acumulados no mesmo cargo, com a soma de remuneração e de aposentadoria pelo regime geral de Previdência Social. Foram detectados 241 empregados de seis estatais que recebem valores acima do teto salarial de R$ 39,3 mil.

O prejuízo mensal aos cofres públicos é de R$ 738,7 mil. Em cinco anos, conforme a CGU, o rombo é de R$ 44 milhões. O órgão recomendou maior fiscalização dos pagamentos e interrupção dos acúmulos.

Os pagamentos acima do teto foram identificados na Codevasf, EBC, INB, Nuclep, HCPA e GHC. A INB e o Nuclep são presididos por dois contra-almirantes, que ganham mais de R$ 60 mil brutos por mês.

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