TCE aponta que PE tem 1.754 obras paradas

Número, de acordo com o TCE, corresponde a R$ 8,68 bilhões em contratos, dos quais R$ 2,5 bi já foram gastos, sem retorno à população

qui, 18/11/2021 - 11:05
Marilia Auto/TCEPE Sede do Tribunal de Contas do Estado Marilia Auto/TCEPE

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) divulgou um levantamento sobre as obras inacabadas e/ou paralisadas em Pernambuco. Segundo o documento disponibilizado nessa quarta-feira (17), o Estado tem 1.754 empreendimentos declarados paralisados ou com fortes indícios de estagnados. O que corresponde a R$ 8,68 bilhões em contratos, dos quais R$ 2,5 bi já foram gastos, sem retorno à população. Desse total,  33,8% contemplam obras de mobilidade/transporte e 31,3% são destinados a obras de saneamento.

O estudo foi produzido pelo Núcleo de Engenharia (NEG) do TCE e aponta um aumento de cerca de 200 obras paralisadas, com relação ao levantamento anterior, feito no exercício de 2018. Devido às complicações da pandemia, os dados dos mapas de obras dos anos de 2018 e 2019 foram integrados aos de 2020, sendo coletados a partir das prestações de contas enviadas pelos gestores, de informações do portal Tome Conta e de inspeções realizadas pelas equipes técnicas do Tribunal.

Veja aqui a lista das obras e os responsáveis por elas

Mais detalhes

São 1.404 obras com fortes indícios de paralisação ou abandono e 350 obras declaradas deste modo pelo próprio gestor responsável. 

No diagnóstico constam as obras dos corredores Leste-Oeste e Norte-Sul, contratadas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco, com um orçamento individual de R$ 168 milhões e conclusão prevista inicialmente para maio de 2013, ambas declaradas inacabadas pelo órgão.

De acordo com o TCE, as obras com fortes indícios de estarem paralisadas ou inacabadas são casos em que o gestor as declara em plena execução, e até mesmo concluídas, mas que o TCE identifica sinais de que o ritmo está tão lento que estariam, na verdade, estagnadas. Quando a gestão paga menos de 15% do valor do contrato durante um exercício inteiro, por exemplo, calcula-se que o empreendimento levará mais de seis anos para ser concluído.

Um exemplo dentro dessa classificação é o contrato para execução dos serviços de manutenção de macro e microdrenagem no município de Ipojuca, que deveria ser finalizado em julho de 2019. Declarado pela gestão como “concluído”, o serviço encontra-se atualmente inacabado e, do valor contratado de R$ 53.949.566,92, somente R$ 3.223.726,04 (5,98%) foram desembolsados em 2020.

*Com informações do site do TCE

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