Ciro é pressionado por aliados para deixar candidatura

Investigação da Polícia Federal e baixo desempenho nas pesquisas sobre 2022 sinalizam bandeira vermelha nos bastidores da campanha do pedetista

por Vitória Silva qui, 16/12/2021 - 11:32
Arquivo/Agência Brasil Ciro Gomes, um dos nomes para a disputa presidencial de 2022 Arquivo/Agência Brasil

Uma parte expressiva do Partido Democrático Trabalhista (PDT) prefere que a legenda não se empenhe em lançar um candidato à Presidência em 2022 e foque na distribuição das verbas de campanha do partido, os candidatos à Câmara dos Deputados. O posicionamento tomou mais corpo com a operação anticorrupção da Polícia Federal, na qual Ciro Gomes é investigado. Nos bastidores, aliados já se mostram contrários ao lançamento da campanha do ex-ministro, que já se coloca como futuro presidenciável. As informações são da Folha de S. Paulo. 

Outro fator de peso é o baixo desempenho de Ciro nas pesquisas presidenciais. Por muito tempo estagnado entre 7% e 11%, hoje, o pedetista já pode ser visto fora do terceiro lugar, perdendo ou empatando tecnicamente com postulantes mais recentes, como o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos). Ciro Gomes também não possui um bom relacionamento com parte da bancada do PDT na Câmara. Na terça-feira (14), deputados realizaram uma festa de confraternização em Brasília, na casa do deputado Mario Heringer. O pré-candidato não compareceu. 

De acordo com a reportagem, Ciro tem até março de 2022 para fazer com que sua campanha angarie pelo menos 15% da intenção dos votos. Caso contrário, poderá haver uma debandada significativa. Pela pesquisa do Ipec divulgada nesta terça, o pedetista tem 5%. Para alguns parlamentares, o prazo é apenas um pretexto para a candidatura do cearense, que já está certa para não decolar. 

Pedetistas ouvidos pela Folha defendem, inclusive, que o partido integre a tentativa de formação de uma grande federação entre partidos de esquerda liderada pelo PT de Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva. A informação foi confirmada por integrantes do PT. Na Câmara, a sigla avalia que se ficar isolada por causa da candidatura de Ciro, vai ter um desempenho pífio na eleição de deputados. Hoje o partido tem 25 cadeiras. 

Integrantes da legenda que defendem o ingresso na federação das esquerdas argumentam, ainda, que a participação do PDT é fundamental para que o peso das siglas menores, unidas, faça frente ao do PT e evite uma hegemonia do partido de Lula na aliança. 

 

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