Benny vai processar Amorim após ataques transfóbicos

"Eu sou do tempo em que existiam homens e mulheres, bichas e sapatões", disse deputado

por Camilla Dantas qui, 19/05/2022 - 16:45
Reprodução/Redes Sociais A vereadora de Niterói Benny Briolly Reprodução/Redes Sociais

A vereadora do Rio de Janeiro Benny Briolly (PSOL) irá registrar um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) por transfobia e racismo, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) nesta sexta-feira (20). Além disso, o deputado também será processado por ter chamado Benny de "aberração da natureza" e "boizebu, enquanto usava a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto, é homem. Agora temos uma aberração do alfabeto inteiro designando o que eles chamam de gêneros, gêneros aleatórios. Eu sou do tempo em que existiam homens e mulheres, bichas e sapatões. Esses soldados do mal, fedendo a enxofre que são. O vereador de Niterói parece um "boizebu", porque é uma aberração da natureza", disse o parlamentar bolsonarista.

Após o ocorrido, a vereadora se pronunciou nas redes socias e respondeu Amorim: “Você não é o machão, Rodrigo Amorim? Aguarde as consequências jurídicas”, rebateu. Dessa forma, o PSOL se prepara para entrar com uma representação no Conselho de Ética da Alerj contra o deputado.

Em entrevista ao Globo, Benny detalhou como se sente e cobrou providências das autoridades contra as falas de Amorim. "Eu sinto que os meus desafios são cada vez maiores. Quando a gente acha que a sociedade brasileira está avançando minimamente, seja na construção de políticas públicas e igualitárias, nos deparamos com esses shows de horrores e de barbaridade. Essas pessoas usam da imunidade parlamentar para reproduzirem crimes de racismo, transfobia, misoginia e etc. Sinto ódio, raiva, indignação. Mas, o meu desafio é ainda maior. O meu corpo é uma ferramenta política para combater esse tipo de gente", disparou.

Após repercussão, Rodrigo Amorim ainda tentou se justificar afirmando que referia às "aberrações que o politicamente correto e a esquerda fazem com a língua portuguesa" e à "mania de criar gêneros". O deputado também alegou que "biologicamente só existem dois sexos", e disse que "a mesma ciência que defende as vacinas também deixa isso bem claro".

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