PSOL pede cassação do mandato do deputado Alberto Feitosa

Declarações feitas pelo parlamentar, em maio deste ano, à deputada Jô Cavalcanti, foram entendidas como ameaça e violação ao regimento interno da Alepe

por Vitória Silva qua, 22/06/2022 - 12:47
Divulgação/PSOL Juntas Co-deputadas, com o apoio da Anepe, entregam pedido de cassação à diretoria da Alepe Divulgação/PSOL

O PSOL de Pernambuco entrou, nessa terça-feira (21), com um pedido de cassação do mandato do deputado estadual Alberto Feitosa (PL), por violação ao regimento interno da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) e ao Código de Ética Parlamentar e consequente quebra de decoro. A solicitação é referente a uma discussão ocorrida entre Feitosa e a co-deputada Jô Cavalcanti, no último dia 31 de maio, durante reunião plenária remota da Casa.  

À ocasião, Jô representava o mandato coletivo das Juntas, em um debate sobre o impacto das fortes chuvas nas populações do Recife e da região metropolitana no último mês, que primeiramente focou em questões de habitação. Após réplicas e tréplicas, Alberto Feitosa mudou o assunto da discussão para a questão do armamento civil — apenas um dos muitos tópicos sobre os quais os parlamentares envolvidos discordam — e fez uma declaração direcionada à co-deputada. 

“A arma da senhora está descalibrada, desregulada. Porque vossa excelência atira, mas parece não ter certeza. Um milhão e duzentas mil casas foram entregues; só aqui em Pernambuco, foram 43 mil, mais do que todos os governos de Lula, Dilma e Temer somados. Quem entregou? Jair Messias Bolsonaro”, afirmou inicialmente.  

E continua: “Com relação à arma, ela não está aqui para ser guardada não, viu? A arma está aqui, na minha cintura, para ser usada. Para quem tentar violar a minha integridade física, a da minha família ou tentar invadir a minha residência. A senhora entendeu? Arma foi feita pra isso. Pras pessoas se defenderem. A arma não mata, quem mata são as pessoas”. Confira o trecho inteiro abaixo.

No mesmo dia, o mandato das Juntas realizou uma denúncia pública sobre a situação. Agora, a denúncia se tornou o pedido de cassação. Segundo o documento protocolado na Alepe, o deputado abusou de suas prerrogativas parlamentares e atentou contra a dignidade do Parlamento ao desempenhar condutas que levaram à execração pública o Poder Legislativo estadual e ressalta que não é a primeira vez que ele empenha condutas ostensivas contra outros Parlamentares, ofendendo, portanto, a própria Casa. 

Alberto Feitosa também teria desrespeitado o Código de Ética da Assembleia Legislativa de Pernambuco ao entrar na Alepe portando arma de fogo, o que é proibido. Ao LeiaJá, o conservador informou que irá esperar a resposta formal do Conselho da Casa e teceu críticas ao mandato da psolista. Confira o posicionamento na íntegra: 

Feitosa acredita que opositora quer ‘aparecer’ 

“O pedido foi entregue aqui na Casa e eu vou aguardar. Não tem nada que justifique isso. Não vou responder a Jô. Jô fez um mandato pífio. A toda hora fazendo as vozes do governo aqui, não assinou uma CPI. Levantou a bandeira de proteger e defender os menos favorecidos, mas não atuou em nada desse campo. Está chegando as eleições e ela quer achar uma forma de se promover e quer fazer isso levantando vitimismo, o que tem sido até uma orientação a nível nacional do PSOL. Em São Paulo e Rio o pessoal faz confusão, e aqui ela deve ter me escolhido para poder virar referência e ter visibilidade. Quer surfar na onda. Ela não fez nada e quer aparecer gerando vitimismo. Ela quer mostrar porque veio aqui para a Assembleia, porque pelo povo e pelo eleitor é que não foi.” 

Relembre as declarações:

Embed:

COMENTÁRIOS dos leitores