Bolsonaro diz que busca na casa de Moro foi 'covardia'

O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro e agora candidato a senador pelo Paraná

ter, 06/09/2022 - 11:55
Isac Nóbrega/PR O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ex-juiz Sergio Moro, os dois com semblante sério Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta terça-feira (6), o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) e disse que a busca e apreensão realizada na casa do ex-juiz no último sábado (3), para apreender material de campanha, foi uma "covardia". Moro é candidato ao Senado no Paraná e declarou o imóvel como comitê eleitoral.

"Eu não tenho nada para defender o Moro, tenho péssimas recordações dele quando foi ministro meu, poderia ter feito muita coisa e não fez. Mas esse fato de ir na casa do Moro, ou até se fosse em outro local, no escritório político dele, comitê eleitoral, isso é uma agressão. Por causa de tamanho de letra. Uma covardia que fizeram com o ex-ministro Moro", declarou Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan.

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Moro saiu do governo em 2020 acusando Bolsonaro de interferência na Polícia Federal (PF). O ex-juiz passou a criticar o presidente, mas agora tem feito acenos ao chefe do Executivo para tentar atrair o eleitor bolsonarista.

Em ocasiões anteriores, Bolsonaro chegou a acusar Moro de ter aceitado entrar no governo porque queria ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o que o ex-juiz nega.

Moraes

Bolsonaro voltou a atacar na entrevista o ministro do STF Alexandre de Moraes e disse que o discurso do ministro na cerimônia de posse no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi "pesado". O chefe do Executivo chamou os inquéritos liderados por Moraes de "irregulares", "ilegais" e "inconstitucionais".

"Quantas vezes conversamos, e, alguns dias depois, ele volta ao que era antes? Ele levou o convite para mim para a posse, fui na posse, foi um discurso pesado e o que aconteceu logo depois? Ele continua tomando medidas", afirmou Bolsonaro. "Eu acho que é consenso, acho que ninguém vai falar que eu estou errado, são inquéritos completamente irregulares, ilegais, inconstitucionais. Para ser democrata, você tem que seguir a Constituição e respeitar as leis. Nenhuma lei foi respeitada nesses inquéritos", emendou.

Em um gesto de aproximação com Moraes, Bolsonaro foi à posse no TSE em agosto, no mesmo dia em que teve início a campanha eleitoral. Na ocasião, o ministro foi aplaudido ao fazer um discurso em defesa das urnas eletrônicas, atacadas, sem provas, pelo candidato à reeleição. Bolsonaro ouviu as declarações do ministro sem aplaudir.

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