Magno Malta minimiza racismo contra Vini Jr.

''Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?'', diz senador sobre caso de racismo enfrentado pelo jogador brasileiro na Espanha

por Guilherme Gusmão ter, 23/05/2023 - 16:08
Pedro França/Agência Senado Senador Magno Malta (PL-ES) Pedro França/Agência Senado

Nesta terça-feira (23), o senador Magno Malta (PL-ES) criticou a imprensa por repercutir o caso de racismo sofrido pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Além disso, o parlamentar, durante audiência da Comissão de assuntos Econômicos (CAE), chamou as associações da causa animal para ''defenderem os macacos''.

Segundo o senador, se fosse jogador de futebol, entraria em campo com uma leitoa branca: ''Dava um beijo nela e falava 'olha como não tenho nada contra branco. Eu ainda como''.

O discurso do político do Partido Liberal está sendo repudiado nas redes sociais. ''Esse cara é senador, isso só pode ser um filme de terror'', escreveu um usuário no Twitter. ''Lembrando: não é burrice. É perversidade'', apontou outro internauta.

O episódio de racismo contra o atacante aconteceu no último domingo (21). A partida do campeonato espanhol, entre Real Madrid e Valencia, chegou a ser paralisada por cerca de oito minutos no segundo tempo por conta de gritos preconceituosos da torcida valenciana, que chamaram Vini Jr de “macaco”.

Histórico de mentiras

Magno Malta, conhecido por seus discursos sobre ''a moral e bons costumes'' e ataques a movimentos de esquerda, é um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado. Durante sua carreira política já se envolveu em outras "polêmicas".

Em 2010, com o intuito de ganhar os holofotes da mídia na véspera de disputar a reeleição para o Senado, o senador acusou o ex-cobrador de ônibus Luiz Alves de Lima e sua esposa de abusarem sexualmente da própria filha, que na época tinha dois anos de idade. Em 2018, após perícia comprovar que não existiam indícios de violências sexuais os dois foram inocentados pela justiça.

Em setembro de 2022, Malta se tornou réu em um processo por calúnia representado pela defesa do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou, sem provas, que Barroso agredia mulheres e que havia respondido a uma denúncia da Lei Maria da Penha no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A fala foi feita em junho do mesmo ano, durante um "evento conservador" organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro.

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