Sâmia Bomfim vai acionar PGR por caso de gordofobia na CPI

Coronel Zucco, do Republicanos, insinuou que a parlamentar precisaria de um 'remédio ou um hambúrguer' para 'se acalmar'

por Vitória Silva sex, 04/08/2023 - 16:36
Divulgação Deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) Divulgação

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) irá denunciar à Procuradoria-Geral da República (PGR) o episódio de gordofobia sofrido por ela durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST. Na ocasião, o presidente do colegiado, Coronel Zucco (Republicanos-RS), perguntou se a parlamentar queria “um hambúrguer” para se acalmar, em desrespeito à aparência da parlamentar. A informação foi divulgada por Bomfim, através das redes sociais, nesta sexta-feira (4).

“A senhora pode, também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”, perguntou Zucco. A fala foi proferida enquanto Sâmia fazia uso da palavra, com o microfone desligado e fora do momento permitido para se manifestar.

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A deputada rebateu e reiterou que Zucco, alvo da PGR em um inquérito que apura as agressões dele contra as parlamentares mulheres, possui um histórico de ataques misóginos e que vai recorrer à Procuradoria sempre que for necessário, porque “é o nosso instrumento de defesa, mas também de ataque para aqueles que acham que vamos nos intimidar”, argumentou.

Sâmia classificou a ofensa como "violência de gênero" e que os episódios são recorrentes na Câmara dos Deputados e nas redes sociais. “Eu já tinha visto esse tipo de ironia nas redes sociais, por parte do relator da CPI, Ricardo Salles, mas nunca vindo do Zucco. Ele já havia me silenciado, cortado meu microfone, mas nunca agido desta forma tão truculenta, publicamente”, detalhou a deputada ao O Globo . “Eu denuncio e seguirei denunciando sempre que houver violência política de gênero”, concluiu.

Em nota divulgada à imprensa, Zucco disse que agiu por impulso. "Logo em seguida, me retratei e pedi a retirada da expressão das notas taquigráficas por entender que o respeito deve imperar em qualquer relação. Mas este mesmo respeito deve ser recíproco e universal", afirmou.

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