O que Meg Whitman pode fazer pela HP?

Nova presidente assume após demissão do "atrapalho" Léo Apotheker

computerworldpor Nowdigital seg, 26/09/2011 - 15:35

A dúvida pode ser agora o padrão para a escolha dos CEOs pela Hewlett-Packard. Após a demissão de Leo Apotheker, e antes, na nomeação de Mark Hurd e Carly Fiorina, a administração da HP parece frágil quando se trata da nomeação dos seus executivos de topo. Portanto, não foi nenhuma surpresa quando analistas financeiros apertaram a administração da HP, em uma teleconferência, na quinta-feira (22), para saber por que Meg Whitman, ex-CEO do eBay, foi escolhida como nova líder da empresa. Eles queriam detalhes sobre o processo de selecção e os objetivos que motivaram a decisão de substituir Apotheker, que, em um ano de adminstração, tomou algumas decisões bastante "atrapalhadas", segundo analistas.

Ray Lane, presidente do conselho adminstrativo da HP, esteve na defensiva sobre a tomada de decisão e, e um dado momento, demonstrou a sua frustração. “Você estão se portando como se estivessem na abertura da temporada de caça para escrever sobre esta administração”, disse Lane. A sua defesa sobre a tomada de decisão para a escolha da nova CEO foi a de que o conselho de administração atual não é o mesmo que dispensou Hurd, com oito novos membros desde então.

Enquanto Lane lutava através das perguntas, foi Whitman que tentou levar os analistas financeiros aos pormenores. “A única coisa que irá reconstruir a confiança nesta empresa é obter resultados, e é isso que eu pretendo fazer”, disse Whitman, com força e clareza.

Whitman foi responsável por transformar a eBay de uma pequena empresa de leilões online para uma marca mundial, e depois prosseguiu em busca de uma maior ambição para se tornar governadora da Califórnia. Em 2010, ganhou a nomeação republicana, mas perdeu a eleição.

Claramente, Whitman tem credenciais como líder, mas o que será examinado nos próximos meses é se ela pode passar de um negócio de consumo, como o eBay, para a um negócio focado nas empresas.

“Penso que todas as pessoas [na HP] estão interessadas em alguém que pode ser positivo”, considera Charles House, veterano de 30 anos na HP, ex-director de engenharia empresarial e atual reitor do Cogswell Polytechnical College. Mas House criticou a estratégia para a saída de Apotheker. “Eis alguém que define uma estratégia que é incrível na minha perspectiva e fica eviscerado. Um retrato da América hoje”, diz House. Na opinião dele, Whitman “encaixa-se na ‘persona’ pública do tipo de CEO de Wall Street”.

N. Venkat Venkatraman, professor de administração na Universidade de Boston, questiona a escolha de Whitman. “Ela aporta sua experiência como líder, sem dúvida”, refere Venkatraman. “Mas a sua experiência com empresas é mínima”. Venkatraman está entre os que acham que a experiência de Whitman está focada no consumidor. “Embora possa ser uma líder competente, não há nada no seu passado que a torne particularmente preparada para o mundo B2B em que a HP se reposicionou agora”, disse.

Mas Gary Kern, CIO do MutualBank em Muncie, Indiana, considera que “a HP precisa de algo para renovar a maneira como olha para os seus mercados e, talvez, alguém de uma empresa dos ‘novas mídias’ possa ajudar nesse pensamento.”

Whitman enfrentará alguns grandes desafios nos próximos meses, especialmente se a HP deve prosseguir com os seus planos de cisão da sua unidade de PCs — decisão de Apotheker —, bem como adequar-se às expectativas dos investidores e dos clientes. “Não estou realmente certo do que isto significa para a HP”, diz Joe AbiDaoud, CIO da HudBay Minerals, em Toronto (Canadá). A “estratégia da HP é um pouco sem nexo”, refere. “Acho que ela tem de descobrir em que negócios a HP pode ser competitiva e definir uma estratégia”.

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