Uber utiliza programa secreto para se esconder do governo

Empresa utilizava ferramenta para evitar que fiscais utilizassem o serviço

por Nathália Guimarães sab, 04/03/2017 - 13:00
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Uber usou por anos e no mundo inteiro um programa secreto para evitar a fiscalização em países nos quais era proibido Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O Uber usou por anos e no mundo inteiro um programa secreto para evitar a fiscalização em países nos quais era proibido, afirma reportagem do jornal The New York Times publicada nesta sexta-feira (3).

O programa, que teria sido aprovado pela equipe jurídica da Uber, permanece em uso e faz parte de uma operação global para impedir que autoridades de fiscalização utilizassem o serviço em cidades como Paris (França), e Boston e Las Vegas, (EUA).

A reportagem diz que sempre que o Uber começava a operar em uma nova cidade de forma ilegal, a empresa nomeava um gerente para administrar o programa. Um dos métodos utilizados envolvia estabelecer um perímetro ao redor de agências, evitando que um dos carros fosse solicitado por um funcionário municipal.

A empresa também verificava as informações do cartão do usuário para ver se o pagamento estava vinculado a uma cooperativa de crédito da polícia, de acordo com o relatório. Quando um fiscal era identificado pela programa, o Uber exibia na tela do aplicativo um conjunto de carros falsos ou nenhum veículo disponível.

De acordo com o artigo, a ferramenta começou como uma maneira de proteger os motoristas de concorrentes, como empresas de táxi e sindicatos em outros países, e o Uber disse ao jornal que isso continua a ser o principal objetivo da ferramenta.

"Este programa nega pedidos de passeio aos usuários que estão violando nossos termos de serviço", disse o Uber, em uma declaração enviada para o site The Verge. "Quer se trate de pessoas com o objetivo de prejudicar fisicamente os motoristas, concorrentes que buscam interromper nossas operações ou oponentes que se passam por funcionários para atrapalhar motoristas", complementa.

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