O "raio-x" do empreendedorismo em Pernambuco

Especialista avalia os empreendimentos do estado e justifica os resultados dos principais setores

por Nathan Santos sab, 05/05/2012 - 11:07
Joel Calderon / LeiaJáImagens Estudo classificou os setores dos principais empreendimentos Joel Calderon / LeiaJáImagens

Em Pernambuco existem 149.753 empreendimentos, onde desses, 98% são micro e pequenas empresas (MPE). No Brasil, ao todo, há mais de 6 milhões de empreendimentos, incluindo grandes empresas e MPE. Esses números são do estudo Anuário do Trabalho 2010/2011, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconêmicos (Dieese). Todos esses dados confirmam a força e o crescente desenvolvimento do setor empreendedor brasileiro. O empreendedorismo não pode mais ser considerado uma promessa, mas sim, já é caracterizado como uma solução de mercado de trabalho.

Contudo, o estudo também revelou como o empreendedorismo pernambucano está dividido, de acordo com os setores e a abrangência de empreendimentos. Segundo o Sebrae em Pernambuco, o setor de comércio ocupa a primeira colação com 58% dos empreendimentos. Na segunda colação está o segmento de serviços, com 27%. Em seguida, quem aparece é a indústria, detentora de 11% dos empreendimentos, e por último está a construção civil com 4%.

O porquê dos resultados

A analista do Observatório Empresarial do Sebrae em Pernambuco, Ana Cláudia Arruda (foto à esquerda), têm as justificativas dos resultados. De acordo com ela, o comércio ainda ocupa o topo do empreendedorismo no estado por conta da tradição da economia pernambucana. “A tradição da economia do estado tem uma estrutura produtiva atrelada ao comércio. Isso começou desde a época em que os mascates agiam”. Para ela, esse cenário não deve mudar brevemente. “Dificilmente esse quadro será modificado. É a lógica da economia pernambucana que foca no setor de comércio e serviços”, acredita a analista. O comércio é caracterizado pelo varejo, principalmente em relação às vendas.

O setor de serviço é outro que deve se manter por um bom tempo entre os principais empreendimentos. “É uma área bem ampla, e está muito ligada a lanchonetes, alojamentos, alimentação, serviços prestados a empresas, entre outros. Hoje a gente percebe uma segmentação para o público C, D e E e as políticas sociais têm impulsionado a demanda dessas classes. A economia ocasionou um fortalecimento no poder de consumo das pessoas”, explica Ana Cláudia.









A indústria ainda não têm tanta força em Pernambuco e na Região Nordeste como um todo. Para Ana Cláudia, o desenvolvimento econômico levou as atividades industriais para outras regiões brasileiras. “O próprio processo de desenvolvimento concentrou as grandes indústrias no sul e no sudeste. O nordeste consome os produtos industrializados vindos desses polos”, diz. Porém, este contexto está mudando. “Atualmente, em Pernambuco, está acontecendo uma retomada industrial e o estado é o destaque do Nordeste. Isso se deve muito aos empreendimentos de Suape e suas adjacências”, frisa Ana Cláudia.

O curioso disso tudo é que o segmento da construção civil ainda não têm tantos empreendimentos, entretanto, Pernambuco vive uma grande expansão do setor. “Algumas empresas da construção civil está ganhando posição na economia do estado, por causa dos investimentos para a Copa do Mundo de 2014 e até em Suape. Mas ainda vai demorar para que os empreendimentos em construção civil aumentem, porque é um setor muito especializado”, esclarece a analista.

Na página eletrônica do Sebrae existem mais pesquisas que ilustram a realidade do empreendedorismo em todo o Brasil. 















































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