Seja um fisioterapeuta

Profissão possui várias vertentes de atuação que ajudam na manutenção da qualidade de vida dos pacientes

por Nathan Santos qua, 24/10/2012 - 03:54

O corpo humano é cheio de articulações que ajudam a nos movimentar. Entretanto, há pessoas que sofrem alguns problemas que prejudicam esses movimentos, seja por causa de acidentes ou doenças de nascença.

A área profissional que ajuda na reabilitação dos movimentos humanos é a fisioterapia. Através de três linhas de atuação, que são a prevenção, reabilitação e manutenção, o fisioterapeuta, em um trabalho multidisciplinar com outros profissionais de saúde, ajuda na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. No contexto da prevenção, esses profissionais trabalham com o objetivo de evitar enfermidades relativas ao movimento do corpo e aos músculos, por meio de aulas laborais ou a prevenção esportiva, por exemplo. Na reabilitação, são tratados os pacientes após as lesões de uma forma imediata. No processo de manutenção, há orientações do pós-tratamento, em que o paciente pode receber tratamento domiciliar. Todavia, os fisioterapeutas não prescrevem medicações, uma vez que este procedimento deve ser feito somente pelos médicos.



De uma forma geral, o segmento de fisioterapia se divide nas áreas hospitalar, clínica, atendimentos em domicílio e Programa da Saúde Familiar (PSF). No tratamento hospitalar são feitos procedimentos imediatos e intensivos, geralmente de pessoas que sofreram algum acidente recentemente.

Segundo a coordenadora do curso de fisioterapia do Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) no Recife, Dayanna Ximenes (foto), “a área clínica é para as pessoas que saem do alto risco e precisam de reabilitação, ou que têm sequelas dos acidentes ou problemas congênitos”. O atendimento domiciliar é para aquele paciente que não reúne condições de sair de casa e precisam de atendimento em sua residência. Já o PSF é um programa do Governo Federal realizado em postos saúde localizados em bairros e comunidades, prestando atendimentos para as pessoas dessas regiões.

Além dessas áreas, a fisioterapia possui diversas especialidades, tais como traumaortopedia, direcionada para quem sofre acidentes, a neuro, que atende que nasce ou adquire alguma doença (como o Acidente Vascular Cerebral, o "AVC") entre outras. “Também há as áreas de saúde da mulher, com tratamentos como a oncologia, cujo foco é o câncer de mama, uma vez que após a retirada do seio, o braço da paciente fica muito inchado e é preciso tratar, entre outras demandas”, complementa Dayanna.

De acordo com a coordenadora, até a respiração é sinônimo de tratamento. “Qualquer movimento do corpo humano pode ser tratado pela fisioterapia”, conta a educadora.



O curso

“A graduação é generalista e deixa o aluno apto em várias áreas. No entanto, para ele ter destaque, é preciso fazer uma especialização”, explica Dayanna, sobre a formação que tem duração de cinco anos. Segundo a coordenadora, quem tiver interesse em entrar no curso precisa “ser paciente e gostar de trabalhar com gente, além de ser criativo”. Ela também frisa que é preciso ter familiaridade com a área de saúde e até física, no contexto em que se estuda os movimentos do corpo humano.

O curso é dividido em três fases: básico, em que os alunos aprendem as disciplinas básicas da área de saúde; ciclo pré-profissional, em que os estudantes aprendem todas as técnicas, mas ainda não têm contato com pacientes; e a profissionalizante, que ocorre a partir do quinto período do curso, em que os alunos já começam a trabalhar com os pacientes.

A estudante do nono período da graduação, Amanda Montalvão, de 30 anos, conta que escolheu a fisioterapia não por acaso. “Eu sempre gostei de fisioterapia. É muito gratificante ajudar o próximo e ver a melhora dos pacientes”, comenta. Danielle Silva (foto à direita), 26, que também está no nono ano da graduação, diz que ficou surpreendida com algumas técnicas aprendidas no curso. “Jamais imaginei que, usando as mãos da forma correta e com muita boa vontade, eu poderia melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas”, declara.



O mercado

De acordo com Dayanna Ximenes, o piso salarial dos fisioterapeutas é de R$ 1.200, por seis horas de trabalho. Para quem tem especialização e dependendo do local de trabalho, a remuneração salarial pode chegar a R$ 4 mil ou mais.

Diogo Moares, 48, é paciente portador do mal de Alzheimer e recebe o tratamento de fisioterapia para que a sua qualidade de vida melhore. “É um complemento do meu tratamento e retarda os efeitos da doença”, opina.



 

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