Vestibulandos ganham dia para pensar no futuro

Comemorada em 24 de maio, data marca o esforço e a dedicação daqueles que lutam para entrar no ensino superior

ter, 24/05/2016 - 20:11
Divulgação Calouro: premiação pela dedicação aos estudos Divulgação

O Dia do Vestibulando, comemorado nesta terça-feira (24), é um dia para homenagear os estudantes que passam pela pressão pré-vestibular. Ansiedade, nervosismo, dificuldades fazem parte da rotina desses alunos que, mesmo diante de tudo isso, continuam persistindo para que o sonho de cursar uma universidade se torne realidade.

 Com o término das inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os estudantes, tanto do último ano do Ensino Médio quanto dos cursinhos, começaram a aumentar a carga horária de estudos e definem realmente qual será o curso que desejam cursar nos próximos anos.

A aluna do 3º ano do Ensino Médio Adriane Medeiros, que sonha em cursar Direito, diz que mesmo estudando e tirando notas boas se sente insegura por não ter certeza do que pode vir na prova. “Eu acho que por mais que a gente estude, tire só notas altas, dê o nosso melhor, sempre vamos ficar com uma insegurança, até porque não sabemos exatamente como tal assunto vai cair. Podem cair questões que temos mais dificuldade e outras que somos mais ‘íntimos’, então fica aquela dúvida se estamos ou não preparados”, explica.

Esse é o primeiro ano de Iury Azevedo em um cursinho. Ele sonha em cursar Medicina em uma universidade pública e diz que sua jornada de estudo é de 5 a 6 horas por dia. O estudante faz curso de redação, além de estudar de acordo com as bases do Enem. A jornada de estudos é intensa, mas vale a pena quando pensa no objetivo que deseja alcançar. “Eu estudo seguindo as bases do Enem e as áreas de competência, ou seja, se no primeiro dia eu vou ter Ciências da Natureza e Ciências Humanas, na segunda-feira de manhã vou estudar Ciências Humanas e de tarde eu vou estudar Ciências da Natureza. No outro dia eu vou estudar Linguagens e Matemática, porque no segundo dia de prova eu vou ter Linguagens e Matemática. Eu vou treinando o meu cérebro segundo o que eu vou precisar no dia. Se no primeiro dia eu vou precisar envolver Natureza com Humanas, eu vou estar treinado a ter os dois raciocínios no mesmo dia. Além disso, faço três redações por semana”, diz.

Estêvão Fragallo é calouro de Direito da UFPA (Universidade Federal do Pará) e disse que no último ano do Ensino Médio a dedicação era muito maior do que nos outros anos do ensino básico. “O tempo de estudo por dia variava. Nos dias de retorno do colégio, eu estudava durante duas horas à noite. Nos demais dias, estudava de quatro a seis horas. Nos fins de semana, era bem flexível”, explica. Ele foi aprovado no vestibular no ano passado, já na primeira tentativa. “Quando eu passei fiquei obviamente muito contente, com a sensação de que nada que fiz durante todo ano passado foi em vão. Mas senti que valeu a pena mesmo ao começar o curso e ter visto que batalhei pelo objetivo certo”, disse o calouro.

Para Mytia Cerveira, coordenadora do pré-Enem de um colégio particular em Belém, o vestibular mudou após a adesão do Enem como processo seletivo das universidades. "Isso fez com que o preparo dos alunos mudasse também, ele não deve apenas estudar conteúdo, mas deve estudar com base nas competências e habilidades exigidas pela prova do Enem. É necessário trabalhar com o aluno cada área de conhecimento de acordo com essas competências e habilidades, baterias de exercícios e atividades para que eles reproduzam o que aprenderam é fundamental”, explica. Segundo ela, os alunos aprendem quando exercitam os conteúdos que aprenderam em sala de aula.

Segundo Mytia, os alunos precisam realizar simulados que se assemelham à prova do Enem periodicamente, para que ele seja condicionado a se acostumar com esse tipo de prova. “Fazemos trabalhos também mediante a orientação deste aluno quanto ao tempo diário de estudo em casa, no mínimo quatro horas por dia, e no âmbito emocional ele também precisa ser orientado. Por ser um ano de carga emocional intensa, de abdicações e dedicação, o aluno precisa trabalhar o equilíbrio e isto também cabe a nós proporcionar juntamente com a família”, explica.

O aluno de cursinho Iury diz que, para ele, a prova de vestibular não avalia de forma correta os conhecimentos dos estudantes. “Acho que o aluno deveria ser avaliado desde o início do Ensino Médio sem precisar de provas. Que tivesse vagas pra todos os alunos. E as provas de vestibular não são para medir conhecimentos, são para eliminar pessoas”, afirma.

Por Irlaine Nóbrega e Letícia Aleixo.

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