Dicas para caso você não saiba abordar o tema da redação

Professor explica como a paráfrase pode diminuir prejuízos no Enem 2018

por Nathan Santos sab, 03/11/2018 - 18:46
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Provas do Enem começam neste domingo Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Apostas por todos os lados são comuns com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste domingo (4) inicia sua maratona de provas. Ansiosos, muitos candidatos expressam palpites referentes ao possível tema da redação. Diante de tanta expectativa, imagine um participante chegar na hora da prova e simplesmente não lembrar nada sobre a temática proposta?

Apesar de ser um sério transtorno para os candidatos, o desconhecimento do tema da redação pode ser amenizado com uma estratégia. Quem alerta é o professor Diogo Didier; ele reconhece, no entanto, que as chances de uma boa nota diminuem quando o estudante não tem informações sobre a temática.

De acordo com Diogo Didier, o fera nessa situação pode usar o texto de apoio como referência e parafrasear. “Enquanto linguagem, parafrasear é você pegar o enunciado e reescrever. Você pode até pegar uma palavra ou outra nesse mesmo enunciado, mas mantendo a ideia original. Não é um plágio ou uma cópia, é você reconstruir uma sentença a partir de ideias e palavras próprias”, esclarece o professor de redação.

Para o educador, se o candidato se deparar com um tema que não seja do seu conhecimento, parafrasear é a alternativa indicada para se “diferenciar”. “É preciso pegar os textos motivadores, reconstruir e fazer umas 22 linhas mais ou menos para não entregar a redação em branco”.

Ainda de acordo com o professor, caso os candidatos não saibam dados reais para relacionar com a temática, uma saída pode ser usar “referências históricas, alusões e citações, porque são mais ricas e interdisciplinares”. Didier ainda alerta que o fera não deve utilizar trechos longos dos textos motivadores para evitar plágios. Ele ainda acrescenta: “Vejam os textos motivadores como aliados. Então, leiam atentamente, façam as correlações entre seus elementos textuais e faça um excelente texto na hora da avaliação”.

O professor preparou um exemplo de proposta redacional que traz como assunto central ‘mobilidade urbana’. A seguir, Didier apresenta uma sugestão de paráfrase:

O significado do termo mobilidade urbana diz respeito à facilidade das pessoas em se deslocar em uma cidade. No Brasil, há diversas formas disso acontecer, sejam através dos ônibus, metrôs e carros, sejam por meio das barcas, bicicletas e locomoções a pé. Porém, com o crescimento desordenado das grandes capitais brasileiras, o direito de ir e vir, assegurado pela Constituição, não vem sendo plenamente efetivado no país.

Um dos maiores obstáculos a essa questão é o grande número de veículos particulares circulando em horários de pico. Segundo o Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro e São Paulo se destacam com uma enorme frota de veículos, sobretudo privados, e um número elevado de usuários na casa dos milhões se deslocando diariamente ora por meio dos transportes públicos, ora os individuais. Com tanta demanda, acidentes e poluição atmosférica são realidades também comuns da falta de mobilidade no Brasil. Outra questão que intensifica o problema é a precária infraestrutura urbana do país. Isto porque, muitas capitais nacionais não foram projetadas a acoplar a gigantesca quantidade de automóveis que circulam diariamente em suas vias. Assim, além do congestionamento dos carros, há muitas dificuldades dos pedestres em transitar a pé pelas duas e avenidas do Brasil.

Nesse sentido, outro grande vilão da mobilidade urbana na sociedade brasileira são os transportes coletivos. Fazem parte desse grupo os ônibus, metrôs, trens, barcas, que levam uma significativa quantidade de pessoas todos os dias aos seus destinos. A precária estrutura e qualidade desse serviço motivam diversos passageiros a adquirir meios individuais de locomoção como as motocicletas, as quais são campeãs em acidentes de trânsito, segundo o DETRAN. Ademais, numa sociedade indiscutivelmente ostentativa, ter o próprio meio de locomoção, além de proporcionar liberdade e confortabilidade, alimenta em muitos o falso status de poder aquisitivo. Tamanho individualismo é fruto da falta de políticas públicas voltadas a melhorar a qualidade do deslocamento urbano no país. Então, além do estresse com o tempo gasto, muitas pessoas se endividam a longo prazo na compra de veículos que vão superlotar ainda mais as vias nacionais.

Dessa forma, é preciso que o Ministério dos Transportes priorize a locomoção pública, investindo nos ônibus, metrôs e trens, além de áreas urbanas para bicicletas, para que mais pessoas possam se deslocar confortavelmente pelas cidades sem poluir tanto o meio ambiente. Nas cidades já congestionadas como RJ e SP, além do rodízio de placas, o DETRAN pode retirar das ruas os veículos impróprios à circulação, enquanto o Governo Federal controla a fabricação de novos veículos, até que soluções mais eficazes sejam implantadas de fato.

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