Jeane, há 20 anos ajudando os alunos que prestam o Enem

Comerciante garante que já ajudou muita gente a não perder a prova

por Taciana Carvalho dom, 11/11/2018 - 13:45
Taciana Carvalho/LeiaJáImagens 'A gente tem que ajudar a rapaziada', diz a comerciante e Taciana Carvalho/LeiaJáImagens

A mesinha simples com canetas, chocolate e água montada em frente aos Blocos A e B da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), área central do Recife, pela comerciante Jeane Arruda, 53 anos, tem um significado muito além do que ganhar um trocado nos dias de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste domingo (11), a voz dela chamou a atenção dos populares, principalmente nos minutos finais antes do fechamento dos portões, que ocorreu em Pernambuco às 12h. O grito de Jeane era escutado de longe e incentivou os candidatos que corriam na tentativa de chegar a tempo.

Em conversa com o LeiaJá, Jeane contou que desde o início do Enem, há 20 anos, ela monta a mesinha com o objetivo principal de acompanhar e ajudar a todos os candidatos que podem ser vítimas de imprevistos. Jeane, de sorriso fácil e voz imponente, tem um quiosque na área há 25 anos onde vende lanches diversos como pizzas e bolos.

"A gente tem que ajudar a rapaziada. Venho trazer essa energia positiva porque a gente vai levar o que desta vida se não for passar coisas boas?", refletiu.

As histórias vividas ao lado dos estudantes e todos que já prestaram o Exame nos anos anteriores são muitas. Ela contou que já quebrou o joelho na tentativa de ajudar uma menina que estava já dentro do bloco. "Eu levei uma queda em 2015. A menina estava atrasada e esqueceu a identidade dela. Percebi que a mãe dela estava com um motoboy com a identidade, mas a moto ficou presa no trânsito. Eu corri para pegar e levei até ela, levei uma queda mas consegui entregar".

Jeane falou que se surpreendeu quando, posteriormente, a menina voltou para agradecer. "Ela veio me Dizer que não sabia o que ia ser dela sem a ajuda e eu fiquei muito feliz. Precisamos ajudar sempre", enfatizou. A comerciante, que se preparava para voltar para casa, disse que mais uma vez está com o sentimento de dever cumprido.

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