Coach e mentor: entenda a diferença entre cada um

Profissionais atuam na aconselhando e potencializando carreiras e vida pessoal de clientes

por Camilla de Assis qui, 29/11/2018 - 16:50
Freepik/Creative Commons Os dois profissionais atuam na recuperação de carreiras Freepik/Creative Commons

Buscar renovação e requalificação profissional é importante para conseguir se reciclar dentro do meio corporativo ou pessoal. Para isso, é recomendável ter ajuda de um especialista que auxilie na tomada de decisões ou guie pelos melhores caminhos. Neste sentido, as ações de coaching e mentoring são as mais buscadas para solucionar conflitos, obter conselhos e melhorar desempenhos, mas qual as diferenças entre os dois? 

Segundo informações divulgadas pela Sociedade Latino-Americana de Coaching, somente em 2016 a formadora certificou seis mil pessoas. Já nos últimos dez anos, o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) formou 20 mil profissionais. Ainda muito confundidas, as funções de coach e mentor apresentam bastantes distinções. Confira as especificidades de cada um deles abaixo:

Coach

Nessa função, o profissional está habilitado a auxiliar o coachee (cliente) a tomar as melhores decisões diante de suas habilidades e atuações. Coach há pouco mais de dois anos, o jornalista por formação Jonnath Monteiro foi para o Canadá se aperfeiçoar na área. “Aqui eu enxergo possibilidades de ter outras visões do coach e da programação neurolinguística porque eu estou em outra comunidade, uma comunidade internacional”, explica.

Jonnath Monteiro passou a se dedicar exclusivamente à profissão após ter sofrido agressões durante uma cobertura jornalística. “Essa situação fez vir à tona uma Síndrome de Burnout e aquilo que eu amava tanto fazer acabou se transformando em algo que eu não sabia lidar”, conta Monteiro. O coach ainda aponta para a única solução que o cabia à época: “ou eu lidava com isso ou ia para outra área”. A princípio, Jonnath ainda tentou solucionar o problema, mas decidiu mudar o rumo da carreira. “Vi que era uma mensagem do universo para mim”, salienta.

Para exercer a profissão de coach, é preciso que o profissional seja capacitado e certificado por meio de cursos específicos na área. Para isso, existem diversas sociedades que trabalham especificamente formando coaches. Segundo dados divulgados pela consultora PwC, o número de coaches no Brasil, de 2009 a 2012, cresceu de 350 para 1.100.

O profissional do coach atua de uma forma específica, precisando de empenho ativo do coachee para que os resultados sejam alcançados com maestria. “O coach trabalha com metas, fazendo as pessoas encontrá-las e mostrando o que podem fazer para alcançar essas metas”, explica Jonnath Monteiro.

E para ajudar a pessoa, seja profissional ou pessoalmente, é preciso realizar sessões. Com número definidos  de encontros, o coaching incentiva o coachee a alcançar seus objetivos e otimizar suas ações por meio do desempenho de suas habilidades.

Mentor

Diferentemente do coach, o mentor é o responsável por passar seus conhecimentos e suas experiências adquiridas para seu mentorado. Para isso, o profissional deve ser da área ou de ramo correlato ao do cliente. Por meio de sua experiência no ramo, o mentor dá conselhos e orienta seus pupilos - geralmente pessoas mais jovens e “verdes” no mercado - com base nas suas vivências.

Também de uma forma diferente à metodologia aplicada ao trabalho do coach, o mentor não estabelece um número de sessões. A evolução do cliente não é trabalhada por meio de metas, mas com base no seu “passo a passo” de conquistas. Na área de educação, o mentor também é conhecido como tutor.

Mentora há cerca de oito anos, Elizabete Atelo vê a profissão como uma forma de potencializar a capacidade dos profissionais e retirar suas inseguranças. A especialista atua na recuperação de carreiras. “Busco solucionar as frustrações e incentivar aquela pessoa que está sem perspectiva a conseguir alcançar seus objetivos e mudar seja sua carreira, sua profissão ou reciclar sua vida”, conta.

Segundo a mentora, o ingresso na profissão foi importante para repaginar seu dia a dia. “Eu estava frustrada na minha antiga profissão de psicóloga e resolvi mudar os rumos da minha vida. Hoje sou uma profissional muito mais feliz e posso passar minha experiência, junto com meus conhecimentos na área, para aqueles que estão passando pela mesma coisa que eu”, afirma Elizabete.

Em quantidade ainda reduzida e sem uma sociedade ou instituto específico para formação de mentores, o mentoring é uma área ainda a ser explorada no Brasil.

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