Cursinho pré-vestibular oferece aulas gratuitas em Belém
No bairro do Guamá, periferia da capital paraense, projeto desenvolvido em escola pública estadual conta com 20 voluntários e 65 alunos
A Escola Estadual Ruth Rosita de Nazaré Gonsalez iniciou projeto de ensino voluntário preparatório para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), voltado para alunos com poucas condições financeiras graduados no ensino médio. O principal objetivo é dar condições a estudantes da rede pública de ingressar em uma faculdade.
A iniciativa partiu do professor de Química, Nilson Santos. “De início, eu tentei abarcar os professores da escola, mas houve uma adesão de poucos devido à grande dificuldade no trabalho voluntariado. As pessoas não querem se dispor a trabalhar de graça. Por ser professor da universidade, recrutei docentes estagiários de instituições como a Fibra e a UFPA (Universidade Federal do Pará). Agora, com uma maior visibilidade do curso, surgem professores de outras escolas interessados em participar”, disse o professor e idealizador do projeto.
Após a divulgação nas redes sociais, a demanda para a matrícula aumentou e a lista de espera conta com 200 alunos, os quais serão submetidos a uma entrevista como processo seletivo. A equipe pedagógica intenciona obter cada vez mais visibilidade e, assim, arrecadar recursos financeiros governamentais e de ONGs (Organizações Não Governamentais).
Apesar de desafios como a evasão escolar durante o ano, o cursinho tem uma média de 50% de aprovação. Segundo Thaisy Monteiro, aluna, sua maior motivação para ingressar no ensino superior é, além de ter uma vida profissional, dar um retorno à sua família e obter uma mudança de vida.
Vilcilene Duarte, vice-diretora da escola Ruth Rosita, destacou a importância da participação familiar e da comunidade para o sucesso do projeto, além de compartilhar sobre a sua experiência em participar. ”É uma realização pessoal muito grande. Por meio do projeto voltei a estudar e ter perspectivas. Assim como eu desperto os sonhos, os sonhos são despertados em mim”, concluiu.
Por Eva Pires.