Será que você está estudando o suficiente para o Enem?

Profissionais afirmam que o tempo é subjetivo, pois depende das necessidades e possibilidades de cada um

por Francine Nascimento sex, 07/06/2019 - 11:04
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Psicopedagogas lembram que o tempo necessário de estudo é algo subjetivo para cada candidato Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) requer tempo de dedicação, principalmente se o candidato está focado em prosseguir em um curso extremamente concorrido. Quem nunca teve, porém, a dúvida de se estava estudando a quantidade necessária para a prova? Profissionais afirmam que, que ao criar um cronograma de estudos, é preciso estar atento à saúde mental para conseguir lidar com a pressão e ao mesmo tempo, absorver as ideias.

O estudante Samuel Lucas, de 24 anos, vai fazer o Enem pela 5ª vez consecutiva a fim de alcançar o seu maior objetivo: a aprovação em medicina. Samuel conta que já estudou informática anos atrás, mas que no fundo, sempre se identificou com a área da saúde, especialmente com medicina, o curso dos seus sonhos. Samuel organiza seu cronograma com cautela, pois a experiência o fez entender que o planejamento na hora dos estudos é fundamental para um bom desempenho.

“Começo às 07h da manhã e vou até 11h30, quando paro para o almoço. Aí, retorno as 13h até às 17h30 para voltar novamente de 19h até 21h”, conta. Para se sentir disposto a passar tantas horas do dia estudando, Samuel diz que antes do primeiro horário de estudos, faz atividades físicas para compensar um pouco o longo tempo parado. “Por eu passar a maior parte do dia sentado estudando, de fato, cansa. Mas é ideal que eu me exercite antes para me empenhar melhor fisicamente e conseguir assimilar os assuntos” completa.

Depois de quatro anos fazendo a prova, o vestibulando diz que se sente, sim, nervoso, sobretudo porque, segundo ele, o Enem vem cada vez mais cobrando do participante.

As profissionais de psicopedagogia afirmam que o tempo ideal para estudar é subjetivo, pois tem que ser considerada tanto a necessidade quanto a possibilidade de cada um. Para a psicopedagoga Simone Bérgamo, estudantes que precisam adaptar o tempo de estudos com outras atividades, podem sofrer um pouco mais de complicação.

"Se o aluno quiser fazer um curso como medicina e ele estiver fazendo o ensino médio, ele tem que dar conta da conclusão do ensino médio, mas ele vai ter que estudar alguns conteúdos ligados a uma disciplina específica que é importante a partir da escolha do curso, e que, não vai ser na mesma proporção do que ele está aprendendo na escola”, exemplifica.

Simone ressalta que o participante que não tem tempo para se dedicar exclusivamente ao Enem vai precisar organizar o seu tempo de uma forma diferente, além de, se for preciso, dar prioridade aos assuntos que não são dominados por ele. O que não significa, entretanto, que o candidato tenha que deixar de revisar os conteúdos dos quais ele tem mais facilidade.

A quatro meses do Enem, é normal sentir nervosismo e até um pouco de ansiedade. O que se deve ter cuidado é com a pressão emocional excessiva que pode afetar negativamente o desempenho do estudante. Maria Cândida Sérgio, psicopedagoga, defende que o vestibulando deve separar algumas umas horas para estudar, de acordo com sua rotina. Ela lembra, porém, que também é essencial o cuidado com psicológico. “O estresse emocional pode ocorrer, sobretudo, se a pessoa já vem se preparando há muito tempo, e aí vem as expectativas e cobranças que não ajudam na aprendizagem. Então, é fundamental que o estudante tenha momentos de lazer, compensando com uma boa alimentação e, se possível, fazer exercícios físicos”, destaca.

Alisson de Melo, de 25 anos, também está fazendo um plano de estudos para o Enem. O jovem já fez técnico de enfermagem e vai realizar o Enem pelo 3º ano, dessa vez com o intuito de cursar enfermagem. O estudante conta que estuda em casa, por quatro horas diárias “Não estou usando nenhum método específico. Eu estudo sozinho, faço atividades, vejo vídeo aulas e é dessa forma que eu estudo” explica.

Independentemente de como o estudante organiza seu tempo, o mais importante é acreditar em si mesmo. Foi dessa forma que, Janguiê Diniz, mestre e doutor em Direito, Controlador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, superou as dificuldades para conseguir passar no vestibular para direito “Eu estudava sábado, domingo e feriado porque não tinha outra alternativa e eu tinha que passar no vestibular”, conta em seu documentário "Transformando sonhos em realidade", a trajetória de Janguiê Diniz, disponível no Youtube.

 

COMENTÁRIOS dos leitores