Adolescentes tiveram piora no aprendizado, diz pesquisa

Estudo da Unicamp avaliou a rotina de adolescentes durante a pandemia de Covid-19

por Maya Santos ter, 15/12/2020 - 15:09
Pexels . Pexels

Uma pesquisa divulgada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que adolescentes tiveram piora na saúde, humor e na aprendizagem durante a pandemia do novo coronavírus. As informações são do documento Convid Adolescentes - Pesquisa de Comportamentos, que investigou 9.470 brasileiros de 12 a 17 anos, quanto à rotina, atividades escolares, estilo de vida e saúde.

Aprendizagem no EAD

Na educação a distância (EAD), os adolescentes também sofreram impactos. De acordo com a pesquisa, 59% disseram ter mais dificuldades para se concentrar, 38,3% falta de interação com os professores, e 31,3% indicaram falta de interação com amigos. Com relação à compreensão dos conteúdos, 47,8% dos adolescentes relataram estar entendendo pouco, e 15,8% disseram não estar entendendo nada.

Entre os mais velhos, dos 16 aos 17 anos, um em cada quatro estudantes tem melhor compreensão.

Saúde e humor

Segundo o levantamento, 30% dos entrevistados acham que a sua saúde piorou durante a pandemia. Na comparação entre meninas e meninos, constatou-se que meninas relataram maior proporção de piora do estado de saúde (33,8%) do que os meninos (25,8%). A diferença também ocorre quanto à faixa etária, entre os mais velhos (37,0%) e os mais novos (26,4%).

Além da saúde física, os adolescentes tiveram a saúde mental impactada devido ao isolamento social. Do total de entrevistados, 32,8% disseram que se sentiram isolados por não ter o mesmo contato com os amigos. Outros 4% sentiram-se isolados em alguns momentos, e 10,4% tiveram esse sentimento durante todo o período. E

Esses dados ainda podem ser mais preocupantes, pois grande proporção dos adolescentes disseram se sentir tristes na maioria das vezes (31,4%). Segundo os dados, o relato de tristeza é maior entre as meninas (27,7%). Além disso, o percentual é maior entre os mais velhos (38,3%) do que entre os mais novos ( 29,6%). A pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Margareth Guimarães Lima, diz que “sentir-se preocupado, nervoso ou mal-humorado foi relatado por 48,7% dos adolescentes, na maioria das vezes ou sempre". "Entre as meninas, o percentual foi de 61,6%”, acrecentou a pesquisadora, segundo informações da assessoria de comunicação.

COMENTÁRIOS dos leitores