Estudo mostra aumento de escolaridade dos professores

Segundo a pesquisa, 85,3% dos docentes que trabalham nos anos iniciais do ensino fundamental possuem ensino superior

por Juliana Mamede sex, 12/03/2021 - 17:14
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Educação é fundamental para o desenvolvimento do País Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

O Censo Escolar da Educação Básica 2020 mostra um aumento no percentual de professores com graduação e pós-graduação. Em um comparativo feito entre 2016 e 2020, foi observada uma elevação de 34,6% para 43,4% no número de docentes com pós-graduação. Esse aumento integra uma das metas do plano nacional de educação (PNE), que objetiva aumentar a porcentagem de docentes com pós-graduação e educação continuada para 50%.

Na formação continuada, o percentual cresceu, passando de 33,3% em 2016 para 39,9%, em 2020. No que diz respeito à formação a nível de graduação, o levantamento também mostra um aumento em todas as fases de educação (infantil, fundamental e médio). Conforme os dados do Censo Escolar 2020, o ensino médio é o que apresenta o maior número de professores com ensino superior completo: 97,1% dos 505.782 docentes que trabalharam nessa fase em 2020 possuem graduação; desses, 89,6% tem formação em licenciatura e 7,4% em bacharelado. Somente 2,9% tem escolaridade de nível médio ou inferior.

Ainda segundo o estudo, 85,3% dos professores que trabalham nos anos iniciais do ensino fundamental possuem formação superior. Enquanto nos anos finais, 91,8% dos 753 mil professores cadastrados têm graduação. De 2016 a 2020, nesa fase houve um aumento de 6,6% de docentes com graduação em licenciatura. Na área do ensino infantil, 79,1% dos 593 mil professores que trabalharam no último ano têm ensino superior. Nessa área, o crescimento no percentual de educadores com ensino superior completo foi gradual, indo de 64,1% em 2016, para 76,5% em 2020. A porcentagem de docentes com curso de ensino médio normal ou magistério é de 14,3%.

Adequação da formação docente - Esse indicador classifica o professor conforme a adequação de sua formação à cada disciplina que ensina na educação básica. Em 2020, o censo mostrou que a matéria de língua estrangeira teve o pior índice nos anos finais do ensino fundamental, em que somente 39,5% das turmas foram lecionadas por profissionais com formação adequada na matéria. A disciplina que teve o melhor resultado foi educação física, com 72,2% das turmas comandadas por professores com formação na área lecionada nos anos finais.

No ensino médio, o pior resultado é observado para a matéria de sociologia, em que apenas 36,3% das turmas são lecionadas por docentes com a capacitação adequada. Os melhores resultados do indicador de adequação da formação docente são para as matérias de língua portuguesa, educação física, biologia, matemática, história e geografia, com percentuais superiores a 75%.

A porcentagem das matérias lecionadas por professores com qualificação adequada, para cada cidade brasileira, mostra que parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste tem um desempenho ruim nesse indicador. Os menores percentuais foram no Mato Grosso e Bahia, mas em contapartida, os Estados do Amapá, Rio Grande do Norte e Distrito Federal tiveram resultados positivos.

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