Sexo, drogas e rock n’ roll em Wall Street

Nova parceria entre Scorsese e Di Caprio estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta (24)

por Maria Eduarda Barbosa sex, 24/01/2014 - 08:54

Um corretor da bolsa de valores precisa ser sagaz e ágil. É nesse ritmo que é preparado O lobo de Wall Street, novo filme de Martin Scorsese. No longa, o diretor mergulha nos bastidores deste mundo econômico, que depende da maior droga de todas: o dinheiro. Além de ter como roteirista Terence Winter, O lobo de Wall Street é a quinta parceria entre Scorsese e o ator Leonardo Di Caprio.

Baseado no best-seller de Jordan Belfort, o longa conta a história de um corretor da bolsa de valores que ascende profissionalmente e como consequência muda sua vida pessoal. Em Wall Street, Jordan aprendeu toda a lábia necessária para atrair investidores. Após alguns anos e com seus métodos peculiares, ele cria sua própria corretora: a Stratton Oakmont. A partir daí, o poder do dinheiro guia a vida de Jordan e de seu amigo Donnie Azoff (Jonah Hill).

A vida de Jordan Belfort é regada literalmente a sexo, drogas e rock’n’roll. Quanto mais dinheiro o corretor ganha, mais ele gasta com mulheres e anfetaminas. O roteiro de Terence Winter aprofunda principalmente nessa saga hedonística do personagem. Aliás, o roteirista já escreveu séries de TVs com temáticas semelhantes a do filme como a elogiada Boardwalk Empire, por exemplo.

O filme possui três horas de duração, mas não cansa o espectador em momento algum. A dinâmica do longa é tão agitada quanto um dia de trabalho na bolsa de valores. A estética da edição também corrobora para a atenção do filme. Em várias situações, O lobo de Wall Street dialoga com o espectador, hora com monólogos do personagem principal, hora com uma montagem paralela autoexplicativa sobre determinado assunto.

A abordagem lembra Os bons companheiros, clássico de Scorsese dos anos 1990, com o personagem principal conversando com o espectador e o dinheiro corrompendo sua vida. Agora a máfia é “oficializada” com as bolsas de valores, apesar de surgir uma investigação policial ao longo da trama.

A trilha sonora do filme faz uma viagem ao mundo do rock, passando pelos anos 1960 até chegar aos anos 2000. Cada música encaixa perfeitamente com a cena em questão, principalmente no momento em que toca um hip hop de Afrika Bambaataa. Na direção, Scorsese acrescenta planos totalmente fechados nas drogas e em outros detalhes dos cenários, o que deixa a sequência mais movimentada.







Com tanto dinheiro e poder, Jordan Belfort debocha das pessoas inferiores a ele. A situação parece ser absurda, mas se torna cômica e sarcástica no longa. O único fator que incomoda no filme é o uso exagerado de palavrões. A cada 10 frases, 8 são com os mesmos nomes. Contudo, esse exageiro é uma das marcas de O lobo de Wall Street. Já no quesito atuação, Di Caprio supera todas as expectativas e promete ser um concorrente de peso na premiação do Oscar. 

O lobo de Wall Street recebeu cinco indicações para o Oscar 2014, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor. O filme é um dos melhores já feitos por Scorsese e aparece como um forte candidato na mais prestigiada premiação do cinema mundial.

 

Efeitos especiais

O lobo de Wall Street é uma marca do cinema contemporâneo assim como A invenção de Hugo Cabret, também de Martin Scorsese. O diretor utiliza efeitos especiais, que fica difícil imaginar se é uma montagem de cenas ou se, realmente, foi gravado daquela forma. Leão caminhando numa sala, mansões e hiates, isso tudo faz parte dos efeitos utilizados por Scorsese em seu novo filme. 

 

 

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